Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Monique Maritan Theodoro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-11102024-150443/
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Resumo: |
O câncer de mama é a neoplasia de maior acometimento e letalidade entre mulheres brasileiras. É um tumor com inúmeros fatores de risco, desde condições de vida a alterações genéticas, sobretudo nos genes BRCA1/2, principais genes associados à síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditários (Hereditary Breast and Ovary Cancer, HBOC), com um risco de até 72% para portadores de variantes patogênicas em BRCA1 e 69% para os portadores de variantes patogênicas em BRCA2, para desenvolvimento de câncer de mama, ao longo da vida. A mama envolve potentes representações para a vida, tais como a feminilidade, a sexualidade e a maternidade. O diagnóstico, o tratamento e o seguimento da HBOC podem provocar intensas mudanças, perdas e desorganização em diversas dimensões da vida, as quais podem configurar a vivência de luto antecipatório. Nesse âmbito, este estudo compreendeu a vivência do luto antecipatório em mulheres portadoras de variantes patogênicas nos genes supracitados, em processo de aconselhamento oncogenético, por meio do método clínico-qualitativo, descritivo e transversal. Os dados sociodemográficos e clínicos foram coletados utilizando-se de um questionário semiestruturado e questões abertas norteadoras referiram-se à vivência do luto antecipatório na oncogenética. Treze entrevistas individuais foram realizadas no ambulatório de genética do câncer, após consentimento das participantes, com duração média de uma hora, as quais não foram gravadas a fim de que as participantes pudessem ficar mais confortáveis, pois, foi possível observar certo desconforto e resistência quando proposto sobre a gravação. As respostas foram escritas após cada encontro, para posterior análise. Os dados foram armazenados de forma segura, sendo manejados exclusivamente pela pesquisadora e os resultados foram submetidos à análise temática reflexiva. Isso possibilitou a identificação de três grandes temas: a vida organizada anteriormente ao diagnóstico de câncer de mama hereditário; o momento da notícia, acompanhado de impactantes mudanças de vida, rotina e o modo de existir; e a busca de organização e adaptação à uma nova condição de vida. Dessa forma, evidenciou-se a vivência de luto antecipatório por essas participantes. Ressalta-se a importância de um espaço de amparo e nomeação desse processo por parte de profissional psicólogo, o que pode reverberar na adesão ao tratamento e na mitigação de dificuldades para sentir e elaborar esse processo de luto, perante o rompimento de vínculo com a condição de vida anterior. Diante dos resultados obtidos e dos poucos dados encontrados na literatura nota-se a relevância de aprofundar-se nesse objeto de estudo. |