Análise comparativa do efeito do tempo de exposição ao uso da voz em professoras e mulheres não profissionais da voz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mota, Aline Ferreira de Brito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-08082022-092417/
Resumo: Introdução: A fadiga vocal pode ser descrita como cansaço laríngeo em decorrência do uso prolongado e/ou abusivo da voz. As condições ambientais, organizacionais e os fatores emocionais também podem influenciar no comportamento vocal do indivíduo. Objetivos: Comparar os efeitos do tempo de exposição ao uso da voz de professoras e de uso contínuo por mulheres, não profissional da voz. Casuística e Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, comparativa e de natureza transversal-descritiva. Participaram do estudo 48 mulheres, com idade entre 28 e 51 anos, sendo 17 professoras com carga horária de 12 horas em sala de aula (Grupo 1), 16 professoras com carga horária acima de 20 horas em sala de aula (Grupo 2) e 15 mulheres sem queixa vocal (Grupo 3). Todas as participantes foram submetidas a critérios de inclusão e exclusão específicos para cada grupo. A demanda vocal das professoras foi uso da voz em sala de aula por 90 minutos e as mulheres sem queixa vocal foram submetidas à leitura de um texto por 90 minutos. Todas as participantes foram submetidas a registro de amostra vocal antes e após exposição vocal para análise perceptivo-auditiva e obtenção das medidas acústicas: frequência fundamental (F0), frequência grave da emissão (Flo), frequência aguda da emissão (Fhi), quociente de perturbação da amplitude (APQ), quociente de perturbação pitch (PPQ) e proporção harmônico-ruído (NHR); e também preenchimento dos protocolos: ITDV (Índice de triagem para o Distúrbio de Voz), QVV (Qualidade de vida em voz) e autopercepção de sinais e sintomas de fadiga vocal (antes e após a demanda vocal). Foi realizada análise descritiva dos dados e aplicados o Teste de Wilcoxon, Teste de Kruskal-Wallis e ANOVA. Resultados: A presença do Distúrbio de Voz foi semelhante para os dois grupos de professoras, a QVV mostrou-se pior no aspecto socioemocional para aquelas com maior carga horária em sala de aula. As medidas acústicas foram pouco sensíveis a mudanças, mas o Grupo 2 obteve diminuição no valor de APQ após exposição vocal; e todas as mulheres (professoras e não professoras) apresentaram aumento na média da F0 após o uso da voz. A qualidade vocal mostrou-se pior no grupo com maior carga horária em sala de aula antes e após a demanda vocal. Os sinais e sintomas auditivos e táteis-cinestésicos de fadiga vocal foram mais percebidos nas professoras do Grupo 2; e as mulheres sem queixa vocal apresentaram os sintomas de \"secura laringofaríngea\", \"dificuldade para falar\", \"odinofonia\", \"ardência ao falar\", \"odinofagia\", \"esforço fonatório\", \"cansaço ao falar\" e \"cansaço corporal após exposição da voz\". Conclusões: As professoras que permaneceram mais tempo em sala de aula apresentaram maior autopercepção dos sintomas de fadiga vocal, antes mesmo da exposição vocal, e que eles se mantiveram após o uso da voz, assim como surgiram outros sintomas que não haviam sido autorreferidos. Também expressaram maior comprometimento na qualidade vocal e foi o grupo que mais apresentou mudanças significativas nas medidas acústicas após a tarefa de fala.