Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Custódio, Crislei de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092016-153021/
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Resumo: |
A compreensão da infância como uma etapa dotada de especificidade e destinada à proteção e à separação dos perigos e demandas do mundo é produto de uma realidade histórica e cultural, assim como a noção de escolarização e sua centralidade para a formação da criança. Ambos invenções modernas, o conceito de infância e a forma escolar são o fulcro da pedagogia e de seu discurso. Por se caracterizar pela forma prescritiva e programática e por traduzir um ideal de formação, o discurso pedagógico pressupõe uma noção de infância, ao passo que também produz uma representação da infância. Esta tese investiga as rupturas e mutações nas representações da infância delineadas no discurso pedagógico moderno e contemporâneo. Com o intuito de examinar e descrever essas diferentes imagens sobre o mundo infantil, sobre a criança e sobre sua relação com os adultos, esta investigação propôs três categorias analíticas: infânciaquarentena, que corresponde à representação da infância como um estágio da vida a ser superado em virtude de constituir-se como o locus da ausência ou insuficiência da racionalidade e da maestria de si; infância singularizada, que diz respeito às concepções de cunho puericêntrico que representam a criança como um sujeito peculiar, inocente e dotado de qualidades específicas; e infância ensimesmada, que consiste na representação de um universo infantil praticamente autorrealizado, dotado de um fim em si mesmo e no qual a criança é vista como cidadã e produtora de cultura. Entende-se que as transformações das imagens da infância têm uma estreita ligação com determinados aspectos das sociedades modernas, a saber: as alterações no modo de relacionar-se com o tempo e o processo progressivo de individualização dos sujeitos no contexto da modernidade. Nesse sentido, a compreensão pedagógica de uma infância cada vez mais centrada em si vincula-se à ascensão e ao declínio da ideia de progresso, à eleição do presente como tempo que ordena as relações dos adultos com o mundo e com as novas gerações e, por fim, ao movimento de crescente individualização dos sujeitos e assunção de seus desejos e necessidades como valores centrais. |