Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Arthur Henrique de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-29062023-112710/
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Resumo: |
O consumo crônico de etanol atua como um importante fator de risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, provocando danos vasculares através de mecanismos que envolvem a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e aumento do estresse oxidativo. A interleucina (IL)-6 é uma citocina pró-inflamatória considerada como biomarcador de doenças cardiovasculares. O aumento de ERO está relacionado ao aumento na produção de IL-6, citocina que atua na regulação da geração das ERO via enzima NAD(P)H oxidase, processo que promove aumento do estresse oxidativo e danos vasculares. No entanto, não há dados na literatura acerca da contribuição da IL-6 nos danos oxidativos e disfunção vascular induzidos pelo consumo de etanol. A inflamação vascular promovida pelo etanol pode envolver também a participação do tecido adiposo perivascular (perivascular adipose tissue - PVAT), tecido reconhecido como uma importante fonte de adipocinas e citocinas pró-inflamatórias, incluindo a IL-6. Por isso, testamos a hipótese de que o consumo crônico de etanol promoveria aumento da IL-6 que, por sua vez, modularia os efeitos deletérios relacionados ao estresse oxidativo no leito arterial mesentérico (LAM), e que o PVAT participaria dessa resposta por ser uma importante fonte de IL-6. Para isso, camundongos machos C57BL/6 (20 - 25g) ou nocautes para a IL-6 foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos: Controle (wild type, WT), etanol 20% (vol./vol.), IL-6-/- (nocaute para IL-6) e etanol IL-6-/-. Os animais tratados com etanol apresentaram aumento da pressão arterial, resposta que teve um início tardio nos animais IL-6-/- submetidos ao mesmo tratamento. Associado a essa resposta, o consumo de etanol induziu aumento dos níveis plasmáticos e teciduais de IL-6. No LAM, esse aumento foi observado apenas nas amostras contendo PVAT. Um dos primeiros processos observados em quadros de inflamação vascular é o aumento da infiltração de células imunes. Nesse contexto, o consumo de etanol promoveu o aumento da infiltração de neutrófilos em LAM de camundongos, resposta que foi totalmente prevenida nos animais IL-6-/-, indicando que a IL-6 participa dessa resposta. Além disso, o consumo de etanol promoveu aumento do estresse oxidativo, caracterizado pelo aumento da geração de superóxido (O2-), peróxido de hidrogênio (H2O2) e peroxidação lipídica, mensurada por meio dos níveis de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). O aumento da geração de O2- e H2O2 teciduais foi de maior magnitude nas amostras contendo PVAT, indicando que esse tecido participa da geração dessas ERO. A ausência da IL-6, apenas nas amostras de LAM contendo PVAT, foi capaz de prevenir parcialmente o aumento de O2- e TBARS, e prevenir totalmente o aumento de H2O2, indicando que essa citocina participa da geração dessas moléculas. Ainda, a ausência da IL-6 preveniu o aumento dos níveis plasmáticos de TBARS. Sobre a maquinaria antioxidante, o etanol promoveu aumento da atividade da SOD nas amostras contendo PVAT e essa resposta foi prevenida pela ausência da IL-6. Não foram observadas diferenças significativas quanto à atividade da enzima catalase. Com base nesses resultados, concluímos que a IL-6 participa, de maneira dependente do PVAT, do aumento do estresse oxidativo induzido pelo consumo crônico de etanol. Demonstramos ainda, pela primeira vez, que a IL-6 está envolvida no aumento inicial da pressão arterial induzido pelo consumo crônico de etanol. |