Resumo: |
Esse trabalho surge a partir de uma inquietação em torno da verdade e sua relação com a performance, como reflexo e consequência desse imbricamento entre vida e arte. Assim, essa pesquisa se sustenta através de referenciais teóricos como Foucault (2006; 2011; 2022), ao discutir parresía, a coragem da verdade, ideia resgatada da Antiguidade Grega para a contemporaneidade; Féral (2015) ao discutir a noção de verdade como ação, atravessada pelos conceitos de teatralidade e performatividade na cena e no cotidiano. Ainda, o trabalho conta com interpelações de falas de Cristiane Paoli Quito, Janaina Leite, Kenia Dias, Lucienne Guedes e Vera Iaconelli, conversas que permeiam a narrativa da pesquisa, em busca de uma invenção da verdade. O material analisado se refere ao trabalho de Ana Mendieta em Siluetas, Karen Finley em Enter Entrepreneur e Janaina Leite em Stabat Mater. Além dessas obras, há também a organização e investigação do processo de criação da autora desta pesquisa, Letícia Bassit, refletindo sobre a trajetória criativa desde Feminino Abjeto, enquanto atriz, até as ramificações estéticas de Mãe ou Eu também não gozei. Assim, pude chegar à conclusão de que a ideia de verdade é sempre uma invenção, em forma de ação desobediente às normas e dogmas hegemônicos, na busca por si e por uma estética do existir. |
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