Estética da existência em Michel Foucault: a formação ética através de uma ascética filosófica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Meireles, Tulipa Martins
Orientador(a): Araldi, Clademir Luís
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5057
Resumo: Esta pesquisa ressalta o deslocamento do terceiro eixo do pensamento de Michel Foucault, a governamentalidade e a ética. Destaca-se, nesse período, a importância em pensar novas formas de viver, que busquem limitar os excessos do poder político. Nesse sentido, a formulação de uma ética de si como ascese filosófica aparece como imprescindível. A hipótese desse estudo é o modo pelo qual Michel Foucault, em seu último curso, A Coragem da verdade, destaca a parresía cínica como estilo de uma verdadeira vida filosófica, que pelo combate e a luta tomam como ponto de partida para a construção de uma “vida outra” a resistência política. A parresía cínica, como prática do cuidado de si, expõe a vida como escândalo da verdade e considera-se essa o ponto de partida para a construção de uma estética da existência. Em A Coragem da verdade, Foucault atribuiu um sentido positivo e singular ao cinismo, elevou uma filosofia considerada “menor” a uma atitude, a qual é possível traçar sua história desde a Antiguidade até os dias atuais. Essa perspectiva enfatiza mais uma vez o intento do autor na criação de outra história, destacando os pontos centrais dessa justamente onde não são vistos, algumas vezes por encontrarem-se às margens do pensamento ocidental e outras por terem sido simplesmente suprimidas do pensamento filosófico. Dessa forma, escolher o cínico como filósofo crítico por excelência e artífice dos princípios do seu modo de vida não é mera coincidência, mas uma escolha propositiva. Esse sentido é explorado no texto de forma positiva no que tange à parresía cínicacomo atitude de limitar o poder e de sua analogia com o presente, pela resistência política e a busca por uma estética da existência.