Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Carvalhaes, Cristina Lima Leite |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23141/tde-18032015-152936/
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Resumo: |
Estudos epidemiológicos mostram que a incidência de transtornos mentais e comportamentais tem aumentando nos últimos anos e estas condições são acompanhadas de uma gama de doenças bucais que estão relacionadas à medicação utilizada e ao grau de instrução, condições financeiras, idade, estado de saúde geral e acesso ao atendimento odontológico dos pacientes. Entretanto, são escassos estudos que abordam a epidemiologia da saúde bucal e o impacto dela na qualidade de vida destes pacientes. Este estudo teve o objetivo de avaliar as condições bucais dos pacientes com transtornos mentais e comportamentais atendidos no Centro de Atendimento Psicossocial do Butantã (CAPS/Butantã) e o impacto da saúde bucal na qualidade de vida. Foram coletados dados demográficos, queixa principal, história médica [evolução da doença psiquiátrica, presença de comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, diabetes, distúrbios hepáticos, distúrbios hematológicos, distúrbios renais, distúrbios gastrointestinais e distúrbios respiratórios), medicações em uso], hábitos (álcool, fumo e drogas ilícitas), e história odontológica. No exame físico intraoral foram avaliados os índices de CPOD, índice gengival (IG) e índice comunitário periodontal (ICP) e a presença de lesões em mucosa. Como exame complementar, foi avaliado o fluxo salivar. Por fim o impacto da saúde oral na qualidade de vida foi medido através de questionário internacionalmente padronizado, o Oral Health Impact Profile (OHIP-14). Foram avaliados 50 pacientes, sendo 28 do sexo feminino e 22 do sexo masculino, com idades entre 22 e 74 anos e mediana de 45 anos. A maioria (66%) apresentava baixa escolaridade e os diagnósticos mais encontrados foram, respectivamente: esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes, transtornos do humor afetivos e transtornos da personalidade do comportamento do adulto. Com relação às comorbidades, 34% apresentavam hipertensão arterial sistêmica (HAS), 26% Diabetes Mellitus (DM) e 18% doença cardiovascular. A maioria usava mais de dois medicamentos psicotrópicos associados. Com relação à queixa principal do paciente, 68% relataram boca seca, 66% relataram sangramento gengival durante a escovação, 56% relataram bruxismo e 50% relataram dor de origem dentária. O CPOD variou de 1 a 30, com média de 16,3 e mediana de 17, sendo que 64% dos pacientes apresentaram CPOD considerado alto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com relação ao ICP, 70,5% apresentaram alguma necessidade de tratamento periodontal, sendo que 56,8% necessitavam de profilaxia e/ou raspagem supragengival e 43,2% necessitavam raspagem subgengival. O IG mostrou que 48% dos pacientes apresentavam gengivite moderada, 34% gengivite severa e 18% gengivite leve. Com relação ao fluxo salivar, observamos que estava diminuído em 46% dos pacientes e normal em 54% deles. O OHIP-14 mostrou que a saúde bucal possui médio impacto sobre a qualidade de vida de 40% dos pacientes, forte impacto para 28% dos pacientes, e fraco impacto para 32% dos pacientes. Conclui-se que estes pacientes apresentam uma condição bucal insatisfatória, que impacta negativamente na qualidade de vida, mostrando a importância de ações em saúde bucal, tanto preventivas quanto curativas, para esta população vulnerável. |