Fragmentos de guerra: imagens e visualidades da guerra contra o Paraguai (1865-1881)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Stumpf, Lúcia Klück
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-20082019-112907/
Resumo: A tese apresenta uma análise sobre registros visuais produzidos no âmbito da Guerra do Paraguai (1864-1870), evento que envolveu Brasil, Argentina e Uruguai em luta contra o Paraguai, em uma conjuntura de consolidação de projetos nacionais na América do Sul. A natureza histórica do conflito é por si propícia à criação de imagens e imaginários. Além disso, a eclosão da guerra ocorreu em um momento em que o estatuto do olhar estava em debate, aliado a uma intensa transformação das tecnologias de reprodução e circulação de imagens. Nesse sentido, buscou-se compreender as imagens analisadas a partir do regime de visualidade em que estavam inseridas. Ou seja, não apenas quanto ao seu conteúdo aparente, mas em suas relações de produção, circulação, consumo e agenciamento. Fundamentado em indícios sobretudo gráficos, este trabalho intenta desvelar práticas visuais em voga a partir do exame do percurso social das imagens, em seus cruzamentos entre tecnologia e estética. Para isso, são analisados quatro conjuntos imagéticos que suscitam questões distintas, sem induzir uma relação de causalidade entre eles. Dos aspectos principais ressalta-se: um deslocamento de usos e sentidos dos desenhos militares a partir da cobertura feita pela imprensa ilustrada do Rio de Janeiro; a sobreposição do conteúdo científico e militar da expedição ao Mato Grosso, analisada a partir do álbum de desenhos de Alfredo Taunay; a natureza iminentemente múltipla das imagens produzidas para o mercado editorial pelo artista suíço Adolf Methfessel; a emergência dos debates raciais na crítica de arte que acompanhou a Exposição Geral de Belas Artes de 1879, associada à falta de prática de ver e representar o negro nas pinturas de história de grande monta. Do exame de fragmentos visuais da guerra, buscou-se historicizar os modos de ver e de fazer ver de um evento que, dessa forma, se demonstra também produtivo e criador, para além dos efeitos nefastos cujas consequências são sentidas até os dias atuais.