Efeitos do treinamento físico na modulação autonômica cardíaca e no perfil de humor em pacientes com apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araujo, Carlos Eduardo Lisbôa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08062021-124404/
Resumo: Introdução: Alterações autonômicas e distúrbios do humor têm sido reportados em pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS). O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos do treinamento físico (TF) na modulação autonômica cardíaca, sensibilidade barorreflexa espontânea (BRE) e no perfil da escala de humor (POMS) em pacientes com AOS moderada a grave. Métodos: Quarenta e quatro pacientes com AOS (índice de apneia e hipopneia = 48 ± 28 eventos por hora de sono), idade = 52 ± 7 anos, índice de massa corporal = 30 ± 3 kg/m2) foram randomizados em grupo controle e grupo treinamento. A frequência cardíaca (eletrocardiograma), pressão arterial (PORTAPRES) batimento a batimento foram coletados durante 5 minutos em repouso. Simultaneamente a frequência respiratória foi coletada respiração a respiração. O consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2 pico) foi avaliado pela ergoespirometria. A modulação autonômica cardíaca foi avaliada a partir das flutuações espontâneas da série temporal proveniente do intervalo RR (iRR) do eletrocardiograma. A análise foi realizada no domínio do tempo e no domínio da frequência. Os segmentos estacionários dos iRR no domínio da frequência foi analisada por meio de análise espectral pelo método não paramétrico da transformada rápida de Fourier. A BRE foi analisada pelo método de sequencia. O perfil de humor foi avaliado pela escala de perfil de estados de humor POMS (Profile of Mood States) através das 6 categorias: tensão, depressão, hostilidade, vigor, fadiga, confusão. O TF consistiu de 72 sessões totais com 3 sessões semanais (atingido em 40 ± 3,9 semanas). Cada sessão de exercício físico incluiu exercício aeróbio, exercícios resistidos e flexibilidade. Resultados: Os grupos foram semelhantes no início do estudo em relação ao índice de massa corporal, VO2 pico, parâmetros do sono, parâmetros da modulação autonômica cardíaca e estados de humor (P > 0,05). O TF aumentou o VO2 pico (P < 0,05), reduziu o índice de despertares total somente no grupo treinamento (P < 0,05). Houve uma maior redução no delta de índice de apneia hipopneia (IAH), dessaturação total de O2 e nos despertares totais no grupo treinamento quando comparado ao grupo controle (P < 0,05). Com relação à modulação autonômica cardíaca, foi observado maiores valores de iRR e BRE (P < 0,05) no gupo treinado quando comparado ao grupo controle no período pós intervenção. Análise de delta mostrou uma diferença significativa no iRR e BRE entre os gupos. Após a intervenção também foi observado uma redução significativa no item fadiga da escala de POMS (P < 0,05) somente no grupo treinamento. Houve uma correlação positiva (r = 0,60, P = < 0,02) entre o item fadiga da escala de POMS e o IAH. Conclusões: O TF melhora a modulação autonômica cardíaca, melhora a fadiga mental e parâmetros do sono em pacientes com AOS. Esses efeitos estão associados a uma melhora na gravidade do sono, fadiga e menor risco de eventos cardiovasculares nos pacientes com AOS moderada a grave