Influência dos níveis séricos de bilirrubina sobre a ocorrência e a evolução da sepse neonatal em recém-nascidos pré-termo com idade gestacional menor que 36 semanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Aguiar, Claudio Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-20082007-131042/
Resumo: INTRODUÇÃO: nos recém-nascidos, diversos componentes das defesas antioxidantes têm se mostrado deficientes. A bilirrubina possui potente ação antioxidante podendo compensar a deficiência dos demais componentes. Essa ação é potencializada pela biliverdina redutase. Esse estudo teve como objetivo identificar o efeito protetor da bilirrubina sobre a sepse neonatal em recém nascidos prematuros. MÉTODOS: estudo de coorte realizado em duas UTI neonatais. Participaram recém-nascidos com idade gestacional inferior a 36 semanas e peso de nascimento entre 750 e 1750 g. As determinações da bilirrubina e da carbonil proteína fizeram-se: a) ao nascimento b) com três dias c) com sete dias e d) com 14 dias de vida. Utilizou-se o teste t de Student nas comparações entre médias. Com as medidas de bilirrubina com três dias foi construída curva ROC. O ponto de inflexão dessa curva separou um grupo exposto a níveis altos de outro (controle) com níveis baixos de bilirrubina. Determinou-se Risco Relativo e intervalo de confiança de 95%. Para variáveis categóricas, utilizou-se o teste do Qui quadrado. A significância estatística foi α=5%. RESULTADOS: o estudo incluiu 53 pacientes. Sepse foi confirmada por hemocultura em 24 pacientes (45,3%). Foram 12 (22,6%) os pacientes com sepse clínica perfazendo 36 (67,9%) pacientes com todas formas de sepse. Sepse grave foi diagnosticada em 21 pacientes (39,6%). Nas comparações entre os valores de bilirrubina nos pacientes que apresentaram cada uma das três formas de sepse e nos pacientes sem sepse houve diferença significante na maioria das situações. Não houve diferença significante nas medidas ao nascimento em todas as formas de sepse e nas medidas aos 14 dias para os pacientes com sepse grave. Ótimos resultados estatísticos ocorreram nas comparações com três dias de vida entre pacientes com sepse comprovada e pacientes sem sepse com p= 0,0009. O ponto de inflexão da curva ROC, com bilirrubina em 9,8mg% separou os pacientes em grupo exposto e não exposto. Comparação quanto à presença ou não de sepse entre os grupos mostrou diferença estatisticamente significante, considerando-se cada uma das formas de sepse analisadas. Para sepse confirmada encontrou-se RR=0,39 (IC95% 0,22- 0,71) e p=0,0008. Nas curvas padrão para bilirrubina, houve diferença significante entre as áreas das duas curvas, com os pacientes sem sepse apresentando área maior. A correlação entre os valores máximos de bilirrubina e os valores máximos da carbonil proteína foi inversa e estatisticamente significante (p=0,016). A diferença entre os valores da carbonil proteína nos pacientes com cada uma das formas de sepse analisadas e os dos pacientes sem sepse, não atingiu significância estatística. O conjunto dos resultados do estudo mostra uma relação estatisticamente significante entre níveis mais elevados de bilirrubina e menor incidência e gravidade da sepse neonatal e uma correlação significante entre bilirrubina e carbonil proteína. CONCLUSÃO: maiores níveis séricos de bilirrubina protegem os prematuros da ocorrência e gravidade da sepse devido as suas propriedades antioxidantes.