Formação docente e educação maker: o desafio do desenvolvimento das competências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moura, Éliton Meireles de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-03032020-171456/
Resumo: Esta pesquisa objetiva discutir uma Formação Docente que promova o desenvolvimento de competências para o trabalho com a Educação Maker, sob a influência do Movimento Maker. Entende-se por Educação Maker toda e qualquer ação ou atividade que, com viés educativo e utilizando-se das Tecnologias, conduza a um processo de prototipação, construção ou restauração de um produto, físico ou digital, relacionando tal processo a um conteúdo científico. Ela tem ocorrido, geralmente, embora não exclusivamente, em ambientes de fabricação digital, chamados espaços makers ou Fab Labs. Deste modo, a pesquisa inicia-se no levantamento bibliográfico sobre a Formação de Professores com Tecnologia e Educação Maker, e os dados desta tese procedem de um estudo de campo realizado entre 2015 e 2019, no Programa Fab Lab Livre de São Paulo e, ainda, de imersões em espaços Makers educacionais, nos Estados Norte-Americanos de New York e Califórnia, este último propiciado por um estágio de doutorado sanduíche na Stanford University, atuando como Visiting Student Researcher na Graduate School of Education, para o ano acadêmico de 201718. Por meio de entrevistas com professores, técnicos de laboratórios, tinkers e makers, e, ainda, na observação do trabalho destes sujeitos nos espaços pesquisados, buscou-se entender como docentes poderiam, no desenvolvimento de seu trabalho num espaço escolar maker, conduzir uma aprendizagem criativa e significativa do currículo. De tal modo, nos capítulos de análise de dados, primeiro propõe-se uma discussão sobre o que significa gerir uma sala de aula maker, chegando então, com base em Vasconcellos (2003), a quatro pontos fundamentais desta gestão: o tempo, o espaço, o currículo e as relações interpessoais. A partir do olhar atento aos quatro pontos no campo de pesquisa, e ancorada em Perrenoud (1999), Freire (1996) e Papert (1980), a tese parte para a discussão e formulação das competências necessárias à prática educativa e maker. Por fim, no desafio de desenvolver tais competências, dá-se a discussão sobre como proporcionar uma Formação Docente que possa concebê-las, gerando como consequência um professor Maker. Em meio a estas discussões, a tese apresenta e valida a hipótese de que as experiências educacionais no processo de produção com tecnologia, desenvolvidas em espaços makers, exigem uma nova conduta do trabalho docente e das competências do professor, provocando por sua vez um repensar sobre a formação docente, abrangendo um ensino criativo e significativo do currículo. Como resultado deste estudo, vê-se que os professores têm pouco e precariamente conduzido atividades maker em sua prática, e, quando o fazem, raramente relacionam tal processo ao currículo escolar. Tal conduta acaba por reforçar a cultural distância existente entre a escola e as tecnologias, porém, não há como responsabilizar apenas o professor por tal cenário, já que esta pesquisa também verifica que as formações pouco têm preparado o docente para uma prática com tecnologias. Por fim, pensando nisso, e baseada nas novas competências necessárias à prática educativa e maker, a pesquisa conclui acenando a uma nova Formação Docente que corrobora para reaver a utilização pedagógica de elementos tecnológicos contemporâneos no desenvolvimento de uma práxis transformadora.