Transformações econômicas no litoral norte paulista (1778-1836)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Fernandez, Ramon Vicente Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-30052025-144554/
Resumo: O Litoral Norte paulista permaneceu, ao longo do século XVII, e de boa parte do século XVIII, alheio às atividades exportadoras que constituíam o motor da economia colonial. No fim desse último século, porém, a expansão da lavoura canavieira, no marco do Renascimento Agrícola, permitiu um notável processo de enriquecimento em São Sebastião, um dos dois municípios nos quais a região estava dividida nessa época. Esse rápido crescimento econômico, que pode ser verificado pelo grande aumento do número de escravos, baseou-se numa organização da produção de açúcar caracterizada por existir uma quantidade significativa de agricultores, os chamados lavradores, que plantavam cana sem possuírem engenhos; semelhante esquema não foi encontrado pelos estudiosos em outras áreas de São Faulo. Em Ubatuba, o restante município da região, a produção de açúcar não era relevante, verificando-se apenas uma modesta fabricação de aguardente. Todavia, esta vila passaria mais tarde por um período de crescimento espetacular graças ao café. Esta cultura, mais relevante neste município do que em São Sebastião já no começo do século XIX, permitiria que o contingente cativo crescesse a altas taxas, sobretudo a partir da segunda década desse século, devido basicamente à entrada de escravos africanos. Em São Sebastião (e em Vila Bela, municipio que se separou deste)a presença dessa importante lavoura canavieira retardou a adoção do café, mas no fim do período focalizado quase que à totalidade da população, nos tres municipios considerados, voltava-se a esta cultura. Estudamos neste trabalho as modificações produzidas, a partir da integração da economia da região nas atividades exportadoras viabilizada pela cana e pelo café, na organização das atividades económicas e na distribuíção de riqueza. A base documental deste trabalho está constituída por uma série de censos, conhecidos como Listas Nominativas de habitantes, através dos quais estudamos os processos acima descritos, entre os anos 1778 e 1826.