Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carlucci, Claudia Marques Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-08012024-174629/
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Resumo: |
A partir da semiótica narrativa e discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2008), nossa pesquisa tem por objetivo problematizar os mecanismos de produção e de apreensão do sentido em textos pertencentes a três esferas da comunicação: a literatura, a mídia e a publicidade. Unidos pela temática da maternidade, os textos de nosso corpus consistem em dois poemas da literatura contemporânea, um de Carlos Drummond de Andrade e outro de Mario Quintana, uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada on-line, e um vídeo publicitário para o Dia das Mães da marca Natura. Examinaremos, principalmente, o plano do conteúdo de cada um desses textos para verificar questões semióticas como: a articulação entre as dimensões estésica e argumentativa (DISCINI, 2015); a verdade como veridicção (GREIMAS; COURTÉS, 2008); o intervalo entre veridicção e verossimilhança (GREIMAS; COURTÉS, 2008; DISCINI, 2009); a argumentação como estratégia do enunciador; e o sensível como elã (ZILBERBERG, 2011) constitutivo da linguagem: estesia; função poética da linguagem (JAKOBSON, 1991). Estando nossa pesquisa no limiar da semiótica discursiva com o pensamento teórico sobre a linguagem desenvolvido por Mikhail Bakhtin, privilegiamos, quanto a esse pensador russo, a noção de campos do conhecimento e de gêneros discursivos (BAKHTIN, 1997). Também incorporamos algumas contribuições da sociossemiótica trazidas por Landowski (2014a), relacionando os regimes de interação aos gêneros discursivos. Discutimos, ainda, a relação entre os regimes de crença propostos por Fontanille (2019) e a constituição dos gêneros. Acreditamos que nossa pesquisa trará uma contribuição para a semiótica porque, além de examinar a imanência, ou seja, o percurso gerativo de sentido, ela contempla o intervalo semiótico entre os diferentes gêneros e os textos que os concretizam. Pudemos demonstrar como o papel temático se flexiona ao gênero e, logo, ao campo e às práticas. Na reportagem cotejada, o papel temático da mãe molda-se às respectivas coerções da prática e do campo jornalísticos, amparados em uma veridicção que tem efeito de factualidade, e ao esquema de delegação de vozes próprio do gênero, em que o repórter dá voz a um ator social, que não foi criação dele. Assim, o papel temático da mãe é mais encarnado porque mais vivido e mais vivido porque mais particularizado. É aquela mãe. Por sua vez, nos poemas e no vídeo publicitário, temos o papel temático de uma mãe que não fala \"eu\": é a mãe de quem se fala. Nos textos poéticos, especialmente, o papel temático da mãe atinge a universalidade dos princípios de constituição do ator. A \"mãe\" é vista como uma entidade, e não como um ser humano carnal, com suas dores e aflições. |