Contribuição de fatores biofísicos e socioeconômicos para a regeneração de florestas tropicais: implicações para a definição de áreas prioritárias para restauração

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Borda Niño, Mónica Lorena
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Agricultores; Determinantes espaciais; Ecological restoration; Farmers; Florestas secundárias; Human-modified landscape; Paisagem antrópica; Restauração ecológica; Secondary forest; Secondary succession; Spatial drivers; Sucessão secundária
• Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-15102019-171454/

A restauração de florestas e paisagens florestais são estratégias necessárias para deter o efeito negativo que décadas de desmatamento de florestas tropicais e para recuperar a biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos. O manejo da regeneração natural pode ser uma ferramenta viável tanto em termos ecológicos como socioeconômicos para atingir as recentes metas de restauração de florestas e paisagens florestais estabelecidas em nível global, regional e nacional. O objetivo desta pesquisa foi analisar a influência de fatores biofísicos e socioeconômicos na regeneração de florestas tropicais, visando oferecer elementos para o planejamento da restauração de florestas e paisagens florestais e o desenvolvimento de estratégias de restauração mais custo-efetivas. Para atingir esse objetivo, realizamos uma revisão sistemática da literatura científica publicada entre 1990 e 2017 a fim de descrever as metodologias mais utilizadas para identificar as áreas de florestas tropicais em regeneração em diferentes escalas (paisagem, regional, nacional e continental) e os determinantes biofísicos e socioeconômicos deste processo. Complementarmente, utilizamos como modelo uma bacia hidrográfica dominada por agricultura no sudeste do Brasil para avaliar a influência dos determinantes biofísicos e socioeconômicos, esses últimos associados ao proprietário e à propriedade rural, na regeneração florestal entre os anos 1995 e 2018. A maioria das informações socioeconômicas associadas ao proprietário e à propriedade rural foi obtida através de uma pesquisa social, no qual a propriedade rural foi escolhida como unidade de estudo. Na revisão sistemática da literatura, verificamos que os algoritmos de classificação automática e a variação da cobertura florestal foram as metodologias mais utilizadas para a detecção de áreas em regeneração florestal e para descrever o efeito dos determinantes biofísicos e socioeconômicos nesse processo. A declividade e a proximidade aos fragmentos de floresta foram os principais fatores biofísicos que influenciaram positivamente a regeneração, ao passo que a inserção em áreas de proteção ambiental e a menor proximidade a centros populacionais foram os principais fatores socioeconômicos promotores da regeneração. No estudo de caso, os principais fatores biofísicos que influenciaram positivamente a regeneração foram aqueles associados à aptidão agrícola do solo e à facilidade de dispersão de sementes para as áreas em regeneração. Entre os fatores socioeconômicos promotores da regeneração, destacaram-se a elevada heterogeneidade de cobertura do solo presentes na propriedade rural e a baixa dependência econômica do proprietário da renda gerada pelas atividades produtivas realizadas na propriedade. Nossos resultados da revisão sistemática podem ajudar no desenvolvimento de modelos preditivos de regeneração florestal em larga escala, ao passo que os resultados do estudo de caso mostram a importância de complementar avaliações de larga escala com dados mais detalhados sobre o efeito local dos fatores biofísicos e socioeconômicos para que tanto os modelos preditivos quanto as atividades de restauração sejam melhor sucedidos.