Assembleias de cupins (Blattodea: Isoptera) em diferentes coberturas do solo no semiárido nordestino
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Brasil
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://lattes.cnpq.br/6805561766655617 http://lattes.cnpq.br/2511706293725426 https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/7939 |
Resumo: | Uma das maiores ameaças a biodiversidade é a conversão de áreas nativas em áreas antropizadas, com a introdução da agropecuária e silvicultura, com consequente transformação das paisagens naturais em um mosaico composto por manchas em diferentes estágios de sucessão. Essas transformações provocam alterações estruturais, na composição química, física e biológica dos ambientes. No Brasil, a Caatinga é um dos biomas mais alterados. Os cupins são insetos importantes no funcionamento dos ecossistemas, além de bons modelos para estudos de impactos ambientais, dado a sua rápida resposta às alterações antrópicas. Ao longo dos estágios de sucessão secundária ocorre um possível aumento da heterogeneidade vegetal, diversificação de locais para nidificação e aumento na disponibilidade e variabilidade de recursos alimentares, testamos as hipóteses de que o avanço na sucessão (i) promove o aumento na riqueza e ocorrência de cupins e (ii) altera a composição taxonômica, hábitos alimentares e de nidificação. Esse trabalho foi realizado no Parque Nacional da Furna Feia (PNFF) e em sua zona de amortecimento, localizados entre os municípios de Mossoró e Baraúna, Rio Grande do Norte, Brasil. As coletas foram realizadas em nove áreas, distribuídas em três estágios de sucessão secundária (inicial, intermediária e tardia) na Caatinga, no período entre setembro e dezembro de 2018. Em cada área foi delineado dois transectos nos quais foram realizadas amostragem de cupins, das variáveis estruturais, das variáveis químicas e físicas do solo. Para testar as nossas hipóteses, utilizamos Modelos Lineares Generalizados (GLM), com análises de contraste e de resíduos e Análise dos Componentes Principais (ACP). Foram registradas nove morfoespécies de cupins, distribuídas em cinco gêneros e duas famílias. Nas áreas de estágio de sucessão inicial não houve encontro de cupins. A riqueza e a ocorrência foram semelhantes entre os estágios intermediário e tardio, os quais foram maiores nesses estágios em relação ao estágio inicial. A composição taxonômica, dos grupos alimentares e dos hábitos de nidificação foram semelhantes entre os estágios de sucessão intermediária e tardia. As áreas em estágios de sucessão inicial e tardio apresentaram distinta composição química, física e estrutural. As áreas em estágio de sucessão tardio e intermediário apresentaram maior densidade de árvores, de serapilheira em relação às áreas em estágio inicial. Por sua vez, as áreas em estágio tardio apresentaram maior disponibilidade de carbono orgânico total (COT) em relação as áreas em estágios inicial e intermediário. Assim, a complexidade e a heterogeneidade do habitat resultante da sucessão ecológica podem ser consideradas fatores importantes para as assembleias de cupins na Caatinga. Esses resultados reforçam o potencial dos cupins como indicadores biológicos da qualidade do habitat neste bioma, além do fato de que a conservação de áreas com diferentes estágios de regeneração florestal (com foco em áreas em estágios intermediário e tardio) como é o caso do PNFF é fundamental para a conservação das comunidades de cupins. Por fim, sugere-se práticas menos intensas de manejo de solo, redução de áreas de pastagem em regiões do semiárido e a introdução de vegetação arbórea nessas áreas visando melhoria nas condições estruturais possibilitando assim, a ocorrência de cupins e de suas importantes funções aos ecossistemas |