Caracterização da dinâmica da regeneração natural de duas fisionomias de Floresta Ombrófila Densa degradadas na região da Juréia, Litoral Sul/Vale do Ribeira, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moura, Claudio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-24012017-001000/
Resumo: Este trabalho objetivou analisar a dinâmica da regeneração natural de duas áreas de Floresta Ombrófila Densa (FOD) com idades diferentes de regeneração, sendo uma de FOD Submontana de oito anos (A1- Miracatu) e outra FOD das Terras Baixas de 33 anos (A2-Peruíbe), degradadas para implantação da bananicultura. A caracterização da regeneração foi feita por meio de levantamento florístico e fitossociológico realizado pelo método de parcelas, onde em cada área foram implantadas cinco parcelas de 10 x 25 m, totalizando 2.500 m². O material botânico de todos os indivíduos de porte arbustivo-arbóreo 1 m de altura foi coletado e foram registrados a altura e o perímetro do caule a 1,3 m do solo. Após a identificação das espécies foram classificadas as suas síndromes de dispersão, assim como foram estabelecidos os grupos sucessionais aos quais pertenciam. A estrutura florestal foi estudada através do cálculo dos parâmetros de densidade e dominância, tanto absoluta quanto relativa, além do valor de cobertura (VC), realizados com o Fitopac, e também os índices de similaridade de Jaccard (ISj), de diversidade de Shannon (H) e equabilidade (J). Na A1 foram levantados 1.440 indivíduos de 149 espécies e 59 famílias e na A2 foram levantados 1.023 indivíduos de 172 espécies e 56 famílias. As famílias de maiores riquezas de espécies da A1 foram Melastomataceae (29), Myrtaceae (15), Fabaceae (10), Rubiaceae (9) e Asteraceae (6), e na A2 foram Myrtaceae (29), Piperaceae (19), Fabaceae (18), Melastomataceae (13) e Rubiaceae (11), onde na A1 predominaram as espécies pioneiras e secundárias iniciais (36,91%) e na A2 as tardias e de sub-bosque (38,96%) e a síndrome de dispersão predominante em ambas as áreas foi a zoocoria para 54,36% das espécies de A1 e 65,11% em A2. As espécies com maiores valores de VC da A1 foram Tibouchina pulchra, Leandra variabilis, Miconia cinnamomifolia, Piptocarpha macropoda, Vernonanthura discolor e Myrsine coriacea que somaram 64,8% de VC. Na A2 as espécies com os maiores valores de VC foram Euterpe edulis, T. pulchra, Hyeronima alchorneoides, Bathysa australis, Ficus insipida, Cyatheaceae sp.1, Piper gaudichaudianum e Psychotria nuda perfazendo 58,12% do VC. Na A1 as espécies com maiores densidades foram L. variabilis (DeA=2.568 ind./ha e DeR=24,21%), T. pulchra (DeA=1.360 ind./ha e DeR=12,82%), M. cinnamomifolia (DeA=1.088 ind./ha e DeA=10,26%) e H. alchoneoides (DeA=408 ind./ha e DeA=3,85%). A2 possui uma floresta com estrutura mais complexa, apresentou flora similar a quatro estudos realizados nas regiões do Vale do Ribeira e Baixada Santista, e A1 apresentou baixa similaridade. Na A1 as espécies pioneiras destacaram-se na estrutura e na A2 o papel das espécies dos diferentes grupos sucessionais foi mais equilibrada. O componente da vegetação amostrado em A1 apresentou H= 3,330 nat. ind-1 e J = 0,666 e em A2 H= 3,919 nat. ind-1 e J = 0,761. A regeneração natural mostrou-se capaz de promover a erradicação de 95,45% a 100% das bananeiras em A1 enquanto em A2, após 33 anos, nenhuma bananeira remanescente foi observada.