Ó, de Nuno Ramos: entre a austeridade e a dissimulação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vilar, Eduardo de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Ó
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-20022024-175844/
Resumo: O livro Ó (2008), de Nuno Ramos, é marcado por uma forte presença de elementos de autorreferencialidade literária especialmente na sua constante reflexão sobre a linguagem. Ainda assim, são notáveis tanto as aparições esporádicas nesta obra de representações sobre questões sensíveis da sociedade brasileira quanto as interpretações de parte de sua recepção pela crítica especializada dos processos de composição utilizados pelo autor como reflexos de problemas sociais. Partindo dessas percepções, essa dissertação tem como objetivo investigar três hipóteses sobre o livro:a) nele, estrutura-se uma defesa de que a boa literatura deve possuir uma posição de relativa autonomia frente aos dramas humanos e às necessidades e implicações dos atos de caráter político; b) tal postura é assumida como um modo de revelar um mundo sobre o qual se pretende ter controle em excesso, ao mesmo tempo em que serve de resistência a tal visão de mundo digamos controladora; c) a defesa da literatura aponta para um momento da obra do autor caracterizado por grande confiança nas formas artísticas e literárias de maior autonomia, que foi sucedida por um período de grande crise social que impeliu os campos artístico e literário, de modo geral, e o próprio autor, de modo particular, a uma abordagem mais comprometida politicamente. A estratégia para conferir tais hipóteses é a leitura detida do texto literário, além do apoio na teoria sobre as formas literárias que compõem o livro no seu hibridismo, preenchendo uma lacuna na fortuna crítica sobre ele