Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Samara de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-01072024-085122/
|
Resumo: |
A adolescência é um período de vulnerabilidade, marcado por diversas transformações biopsicossociais. É nesse momento que condutas infracionais/delituosas normalmente se manifestam pela primeira vez. Contudo, diferentes autores pontuam que a manifestação dessa conduta descreve trajetórias diferentes, que variam quanto à frequência, diversidade e gravidade dos atos praticados. A prática reiterada de delitos na adolescência parece estar associada a diferentes fatores descritos pela literatura da área. Aliado a isso, sabe-se que as intervenções que têm maiores efeitos sobre a reincidência são aquelas que abordam os fatores de risco específicos, associados à trajetória delituosa persistente, bem como aquelas que melhor se adaptam às características de cada adolescente. Nesse sentido, destaca-se a importância de caracterizar os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, sobretudo aqueles que estão em contexto de restrição de liberdade. Essa caracterização deve abranger não só variáveis sociodemográficas, mas, sobretudo, aquelas que permitam descrever suas necessidades (criminogênicas), o risco e a responsividade que lhes caracteriza. Frente ao exposto, o objetivo geral do presente estudo foi à caracterização psicossocial de adolescentes, do sexo masculino, em cumprimento de medida socioeducativa em regime de internação. Os objetivos específicos foram caracterizar os adolescentes infratores quanto aos aspectos psicológicos e da personalidade (traços, valores e atitudes); variáveis sociais/relacionais (relações na escola, família e grupo de pares de idade); atividade de rotina e tempo livre; indicadores de problemáticas de saúde mental, raiva e autocontrole; e padrões de conduta delituosa mais grave. Participaram da investigação 104 adolescentes entre 16 a 19 anos, a maioria negra, de classe social menos favorecida. Os instrumentos utilizados foram Questionário de Comportamentos Juvenis (QCJ), Inventário Jesness Revisado Brasileiro (IJ-R-Br), Escala de Autocontrole (EAC) e Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço (STAXI II). Foram realizadas análises estatísticas descritivas e regressão logística simples e ajustada. A investigação desdobrou-se em dois estudos. O primeiro focalizou a caracterização psicossocial dos jovens, observando-se a existência de subgrupos com diferentes problemáticas comportamentais e se destacando um subgrupo apresentando problemáticas mais significativas, relacionadas a fatores de risco psicológicos e sociais/relacionais. O segundo focou-se em caracterizar os participantes quanto à experiência da raiva, do autocontrole e no tocante a indicadores de saúde mental. Neste, observou-se que a prevalência de indicadores de problemáticas de saúde em meio aos jovens foi bastante alta, mas somente a raiva (traço) mostrou-se significativamente relacionada ao engajamento em delitos violentos. A partir desses dois estudos verificou-se a importância da caracterização dos adolescentes, pois ela permitiu conhecer melhor os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, indicando a necessidade de os programas de intervenção socioeducativos considerarem certos aspectos/problemáticas psicossociais. Em pesquisas futuras, na mesma direção, deve-se ampliar a amostra e realizar análises mais sofisticadas. |