Comportamento da cárie dentária entre 1980 e 2019 em crianças de 12 anos no Brasil: um estudo por meio da modelagem matemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Razera, Fernanda Pataro Marsola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25144/tde-07022022-121915/
Resumo: O comportamento da cárie dentária no Brasil vem sendo monitorado ao longo dos anos, por meio dos levantamentos epidemiológicos nacionais, estaduais e locais. Os dados gerados pelos sucessivos levantamentos permitem a construção de um grande banco de dados para análise da série histórica aplicando-se várias técnicas estatísticas, entre elas a modelagem matemática. A utilização desta técnica, em epidemiologia, procura fornecer informações preditivas de um determinado fenômeno observado. O objetivo deste trabalho foi criar um modelo matemático preditivo para analisar do comportamento da cárie dentária em função das variáveis tempo, fluoretação das águas de abastecimento, porte do município e IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo que utilizou os dados históricos dos levantamentos epidemiológicos nacionais e estaduais oficiais, e dos demais levantamentos de menor abrangência, realizados no Brasil, entre 1980 e 2019. Por meio da regressão não linear múltipla, verificou-se a relação existente entre o CPOD e a fluoretação das águas de abastecimento, o porte do município, o IDH-M e o tempo. Os resultados mostraram uma forte tendência de redução nos valores médios do CPOD ao longo destes 40 anos, sendo mais significativa entre as décadas de 1980 e 1990. Por outro lado, houve um aumento na desigualdade da distribuição da doença, observado pelo declínio não homogêneo do CPOD entre os diferentes estratos da população, reforçando o fenômeno de polarização da cárie. O modelo preditivo adotado neste estudo, auxiliou na análise da evolução da doença e as variáveis preditoras explicaram 87,95% das alterações observadas no CPOD, de modo que a presença de flúor nas águas, o maior porte dos municípios e o tempo, estiveram relacionados com a maior redução na sua prevalência. Concluiu-se que o comportamento da cárie dentária, nestes 40 anos, pode ser explicado, em grande parte, pela fluoretação das águas de abastecimento público, pelo porte do município e pelo tempo, sendo a modelagem matemática uma importante ferramenta para auxiliar na compreensão do fenômeno e para fornecer subsídios nos processos decisórios em saúde pública.