Avaliação de realce tardio atrial pela ressonância magnética cardíaca em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Felipe Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-27072020-142426/
Resumo: Introdução: A fibrilação atrial (FA) é um problema crescente de saúde pública em especial pela sua associação com fenômenos tromboembólicos. Dentre seus fatores de risco a síndrome da apneia obstrutiva do sono (AOS) tem tido sua incidência aumentada e é frequentemente subdiagnosticada. A AOS aumenta o risco de FA por mecanismos não totalmente conhecidos, mas é possível que leve a remodelamento e à alteração estrutural dos átrios. A ressonância magnética cardíaca (RMC), além de avaliar a morfologia do coração, permite a identificação de áreas de fibrose, inclusive no átrio, por meio da técnica do realce tardio (RT) e poderia identificar casos de AOS com potencial instabilidade atrial. Objetivo: Avaliar a relação do RT pela RMC em pacientes com fibrilação atrial, com AOS. Métodos: Selecionamos 81 pacientes que foram divididos em quatro: Grupo 1: 20 pacientes com AOS sem FA, Grupo 2: 20 pacientes com AOS e FA, Grupo 3: 21 pacientes apenas com fibrilação atrial, sem AOS e Grupo 4: 20 indivíduos saudáveis, sem comorbidades associadas. Todos foram submetidos à RMC para avaliação morfofuncional e pesquisa de RT. Resultados: A média de idade era 57,1 ±10,59 anos. As variáveis clínicas, como hipertensão arterial (p= 0,24) e Diabetes Mellitus (p = 0,20) não foram preditores de FA em pacientes com AOS. Dos 40 casos com AOS, 18, 45% apresentavam distúrbio obstrutivo grave e neste subgrupo a FA se mostrou mais prevalente. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo média foi de 62,9 % (± 7,46) e ela não diferia entre os grupos (p=0,2). Pacientes com FA e AOS tinham átrio esquerdo significativamente maiores (p<0,001). Casos de AOS com FA apresentaram significativamente mais RT atrial (95% vs. 30%, p<0,001), sendo um preditor independente na análise multivariável. Conclusão: O RT atrial associa-se independentemente com a presença de FA em portadores de AOS que também apresentam maiores dimensões atriais. Estes elementos podem auxiliar na identificação de casos de maior risco para o desenvolvimento de FA em portadores de AOS na prática clínica.