Baile celeste e harmonia terrestre: o balé de corte como imagem prescritiva da harmonia cósmica e política na França (1610-1661)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Couto, Clara Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11122015-121738/
Resumo: Espetáculo cênico, divertimento e ritual cortesão simultaneamente, o balé de corte constituiu-se enquanto gênero de espetáculo em fins do século XVI, revelando-se extremamente popular e recorrente na dinâmica de corte francesa até fins do século XVII. Coerente às aspirações poéticas e artísticas humanistas de reconstituição do drama total grego antigo, o balé de corte propõe realizar a fusão das artes, unindo harmoniosamente poesia, música, canto, dança, pintura, cenários, maquinaria, heráldica, enfim, várias artes e artifícios, num grande espetáculo ao mesmo tempo erudito e agradável, sóbrio e divertido. Nesta complexa composição entremeada de tantas artes, a dança ocupava posição de destaque, como também o baile era atividade importantíssima na sociabilidade de corte. Tal espetáculo era realizado predominantemente no ambiente da corte e em reverência ao rei, contando com a participação efetiva - tanto na elaboração quanto na própria cena - dos cortesãos, damas, príncipes, rainha e do rei, estes que se colocavam em cena, dançando e desempenhando papéis os mais diversos. Partindo do estudo dos libretos e das relações/descrições de balés de corte produzidos entre 1610 e 1661 na corte francesa, propõe-se compreender como tal gênero se constrói enquanto representação prescritiva do poder no contexto do Antigo Regime baseado na noção alegórica de \"harmonia\". Assim, investiga-se em que medida o gênero e as composições analisadas constroem alegoricamente uma imagem de harmonia cósmica e política e, a partir de suas linguagens e recursos próprios, de que maneira colabora para reforçar modos de pensar, ser e agir cortesãos, bem como valores morais e pactos políticos que mantêm (artificialmente) o corpo social em ordem.