Mulheres de mau comportamento: crime, gênero e raça na cidade de São Paulo (1850-1900)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mariano, Caroline da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03112022-183955/
Resumo: Importou a esta dissertação reconstruir o processo de intervenção do Estado, concretizado na figura do aparato jurídico-policial, no cotidiano de mulheres depauperadas, brancas ou negras, nacionais ou estrangeiras, livres, libertas e escravizadas, e em suas relações, sejam elas de solidariedade, parentesco ou conflito, durante a segunda metade do século XIX na cidade de São Paulo. A interferência estatal esteve imbricada, por um lado, ao esforço de disciplinarização do trabalhador no ocaso da escravidão e, por outro, à emergência de prescrições morais de cunho cientificizante sobre mulheres brancas e negras a partir de meados do período oitocentista. Para tanto, foram utilizados processos criminais que envolveram mulheres como rés em crimes de furto, homicídio, vadiagem, ofensas físicas e verbais, além de termos de bem viver, dispositivos jurídicos que normatizaram as contravenções que ofendiam a moral, os bons costumes, a tranquilidade pública e a paz das famílias. Constatou-se que por meio da agência de bêbadas por hábito, turbulentas, vagabundas e outros tipos de criminosas, as delegacias e subdelegacias da capital se tornaram espaços de negociação de conceitos, como trabalho, honra, moralidade e vadiagem, tanto por parte das infratoras, quanto por parte de testemunhas e autoridades policiais