Avaliação dos protocolos moleculares LAMP Alethia® Malaria e Malachite Green para detecção de infecções assintomáticas e sua aplicabilidade em práticas de hemoterapia e de transplantes de órgãos ou tecidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferraz, Mariana Aschar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-19042023-162057/
Resumo: A malária é uma doença infecciosa causada por Plasmodium transmitida naturalmente por Anopheles, ou induzida por via congênita durante o parto, compartilhamento de seringas, transfusão sanguínea e transplantes de órgãos e tecidos. Pode se manifestar com formas graves, mas também como infecções assintomáticas difíceis de diagnosticar devido à baixa densidade do parasito. A região Amazônica brasileira contribui com 99,9% dos casos. Na região extra-amazônica, o estado de São Paulo figura entre os que apresentam maior número de notificações e casos autóctones, estes em áreas cobertas por Mata Atlântica. Embora a gota espessa (GE) seja a referência para o diagnóstico, não se aplica à detecção de baixas parasitemias na triagem de doadores assintomáticos em bancos de sangue e transplantes de órgãos e tecidos. Protocolos moleculares como qPCR são mais sensíveis, porém de uso na rotina limitado, por exigir infraestrutura laboratorial complexa. A busca por protocolos moleculares point-of-care é fundamental para o diagnóstico acurado na triagem de doadores e receptores assintomáticos portando Plasmodium. Este estudo avaliou os ensaios moleculares Alethia® Malaria LAMP e Malachite Green (MG) LAMP em comparação com a técnica de qPCR, em amostras de candidatos a doadores de sangue e de doadores/receptores de órgãos ou tecidos para transplantes em três bancos de sangue de região endêmica e não endêmica para malária. Foram coletadas 1054 amostras, sendo 365 na Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, 188 no Hemonúcleo e 501 no Hemoacre. A positividade dos testes moleculares foi de 5,3% na qPCR (56/1054), de 1,4% no Alethia® LAMP (15/1054) e de 2,8% no MG LAMP (5/180). A positividade da GE foi de 0,2% (2/1054). A exposição dos candidatos a antígenos de Plasmodium foi avaliada por ELISA, com 3,3% (6/180) reagentes no ELISAPm, 7,2% (13/180) no ELISAPv de e 3,4% (3/87) no ELISAPf. As amostras positivas em pelo menos um dos testes foram submetidas ao nested PCR para determinação da espécie de Plasmodium, sendo identificadas 11 positivas para P. malariae. Dentre as 1054 amostras analisadas, duas foram positivas para todos os testes, sendo uma de doador de área endêmica e outra de não endêmica, ambas identificadas como P. malariae. Com a pandemia de COVID-19, as restrições impactaram na coleta de amostras de doadores e receptores de transplantes baseada em amostragem de conveniência. Neste cenário, foi possível a obtenção de 19 amostras de doadores e/ou receptores provenientes de áreas com transmissão de malária, todas negativas nos testes realizados. A utilização dos protocolos point-of-care Alethia® Malaria LAMP e Malachite Green LAMP mostrou-se aplicável à triagem de doadores e receptores em serviços de hemoterapia e transplante, para aumentar a segurança dos receptores de sangue, órgãos e tecidos