Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Danelichen, Anielle Freitas Bendo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17159/tde-30062023-094610/
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Resumo: |
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) localmente avançado tem como tratamento padrão a radioterapia (RT) combinada à quimioterapia QT) à base de platina. Com o avanço da tecnologia, que garante melhor precisão na entrega do tratamento, tem-se a possibilidade de acelerar e reduzir o tempo total de tratamento, utilizando 2-3Gy por fração, que é o chamado hipofracionamento moderado. Até o momento, esse fracionamento não tem sido amplamente adotado em CCP devido à preocupação com as toxicidades agudas e tardias. Mas com o uso da técnica IMRT, que permite poupar tecidos ao redor do tumor, além de permitir a entrega de diferentes doses dentro do mesmo volume de tratamento, ou seja, com boost sincrônico. Esse fracionamento é uma opção para melhorar acelerar o tratamento em tempos de pandemia, melhorar a aderência dos pacientes ao tratamento, melhorar o controle local e sobrevida, às custas de níveis aceitáveis de toxicidades. Objetivos: Trata-se de estudo coorte retrospectivo, com a finalidade de avaliar o impacto do hipofracionamento moderado em CCP localmente avançado, tratados com ou sem QT com cisplatina. Método: dos pacientes com CCP tratados entre 2018 e 2020, 112 pacientes preencheram os critérios elegíveis para o estudo, sendo feita análise de dados já coletados e armazenados no sistema informatizado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, por meio da consulta ao prontuário médico desses pacientes, em suas consultas de revisão semanal durante o tratamento e até 90 dias após o término. Foram divididos em 2 grupos de 56 pacientes cada. Resultados: 17% dos pacientes receberam dose total de QT com cisplatina <200mg/m², com ciclos a cada 21 dias, com média de 2 ciclos no hipofracionamento e, quando semanal, média de 3 ciclos. Foi necessário redução de dose de QT devido piora da função renal em 15% dos pacientes e neutropenia em 17% dos pacientes. Nos casos de RT pós operatória, 100% dos casos foram concluídos, com 2% dos casos terminando em mais de 5 semanas. Nos casos de RT definitiva, o tratamento também foi concluído em 100% dos casos, com 3% terminando em mais de 5 semanas. A avaliação de toxicidade mostrou que todos os pacientes sofreram algum tipo de efeito adverso, sendo a radiodermite e a mucosite as toxicidades agudas mais recorrentes entre os dois grupos. Na avaliação dos pacientes submetidos à cirurgia, seguido de RT com ou sem QT vs RT upfront com ou sem QT, a sobrevida global (SG) não apresentou resultado significativo (p 0,12); a sobrevida livre de recorrência favoreceu os pacientes tratados com cirurgia, seguidos de adjuvância com RT com ou sem QT, mas sem valor significativo (p 0,10). Na avaliação de RT adjuvante vs RTQT adjuvante, a sobrevida global não alcançou diferença significativa (p 0,69); a sobrevida livre de recorrência favoreceu a adjuvância com RTQT (p 0,14), Na avaliação RT exclusiva vs RTQT como tratamento definitivo, os resultados também não foram significativos (p 0,14 e p 0,66, respectivamente). Conclusão: o hipofracionamento moderado combinado com QT é factível, proporciona melhor aderência, com toxicidade aceitável, sendo não inferior à RT convencional. |