Comparação de analgesia do bloqueio do plano eretor da espinha em cirurgias pulmonares em relação ao bloqueio paravertebral: estudo multicêntrico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade Filho, Pedro Hilton de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5178/tde-20042023-141311/
Resumo: Introdução: O manejo adequado da dor otimiza a recuperação pós-operatória após cirurgias pulmonares, e o bloqueio do plano eretor da espinha (BPE) tornou-se uma técnica amplamente utilizada na analgesia para cirurgia torácica. No entanto, poucos ensaios clínicos randomizados compararam essa técnica com um controle ativo já bem aceito na literatura. Foi avaliada a hipótese de que o BPE poderia fornecer analgesia não inferior ao bloqueio paravertebral (BPV) em cirurgias pulmonares. Métodos: Ensaio clínico de não inferioridade, cego, randomizado, multicêntrico, realizado em dois hospitais terciários. Foram incluídos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos submetidos à cirurgia pulmonar unilateral aberta ou videotoracoscópica. Os pacientes foram alocados nos grupos BPE ou BPV, ambos com técnicas de bloqueio contínuo, e avaliados ao longo das primeiras 24 horas de pós-operatório quanto à dor medida por Escala Verbal Numérica (EVN) como desfecho primário e utilizando uma diferença de 10% como margem de não inferioridade. Foi considerado EVN 7 como critério para falha de analgesia. Também foi avaliado dor aferida através de outros escores, consumo de opioides e satisfação do paciente. Resultados: Foram aanalisados 120 pacientes, tendo em vista que o estudo foi interrompido após análise interina de 50% da amostra total prevista devido a diferenças significativas na analgesia entre BPE e BPV. Os pacientes do grupo BPE relataram maiores escores de dor medidos pela escala verbal numérica (Modelo linear geral, P = 0,02), tanto nas medidas realizadas no momento da admissão (7,6±1,3 no grupo BPE versus 5,9±2,5 no grupo BPV, diferença -1,7, IC 95% -2,4 a -0,90, P < 0,001) quanto na alta da sala de recuperação (4,6±2,4 no grupo BPE versus 3,6±2,5 no grupo BPV, diferença -0,99, IC 95% -1,9 a -0,1, P = 0,04). Ao comparar pacientes com BPE vs. BPV, a falha da analgesia ocorreu em 65 de 183 vs. 40 de 177 medidas, respectivamente; RR 1,57 (IC 95% 3,6, 22,2; P = 0,02). A falha na colocação do cateter foi a complicação mais comum do estudo e ocorreu apenas em participantes do grupo BPV. Conclusão: O BPE não demonstrou analgesia não inferior à proporcionada pelo BPV no pós-operatório imediato de cirurgias pulmonares, resultando em maior demanda de opioides para controle álgico