Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Maria Victoria Pinto Quaresma |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-19042023-152333/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Os receptores de transplante renal (RTRs) devem utilizar, durante o período pós-transplante, medicamentos imunossupressores, que previnem ou tratam a rejeição do órgão transplantado. Os regimes convencionais de manutenção consistem em uma combinação de agentes imunossupressores que diferem por mecanismo de ação. A maioria dos esquemas emprega três medicamentos, associando um inibidor de calcineurina (ciclosporina ou tacrolimo), um corticosteroide e um agente antimetabólico (precursores do ácido micofenólico MPA, ou azatioprina AZA); modificações nessa terapia podem ser necessárias com esquemas alternativos contendo algum inibidor de mTOR (imTOR). Esses tratamentos ao longo da vida promovem uma resposta imune cronicamente alterada, interferindo nos mecanismos de imunovigilância dos RTRs, o que aumenta a incidência de neoplasias diversas, sobretudo dos cânceres de pele não melanoma (CPNMs), que resultam em morbidade e mortalidade substanciais nesses transplantados. Porém, até hoje não se obteve um consenso sobre qual tipo de imunossupressor favoreceria mais o aparecimento dessas malignidades e qual seria o papel exato de cada agente na maior influência de tal ocorrência. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações histológicas e imuno-histoquímicas na pele de RTRs sob três diferentes regimes imunossupressores contendo ou algum imTOR (sirolimo ou everolimo), ou algum MPA (micofenolato mofetil ou sódico), ou AZA, com base na análise da morfologia e expressão de células envolvidas na vigilância imunológica da pele desses pacientes, comparando-os por pares de grupos e considerando os controles como base para o estudo. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional, transversal e comparativo, em que 30 pacientes participantes que foram selecionados no Serviço de Transplante Renal (STR) e divididos em três grupos: imTOR (n=10), MPA (n=10) e AZA (n=10). O grupo controle foi formado por indivíduos imunocompetentes não transplantados que trabalhavam no próprio STR. Foram realizadas duas biópsias de pele íntegra em cada participante, uma em área fotoprotegida e outra em área fotoexposta. As amostras foram avaliadas sem conhecimento prévio do grupo ao qual o indivíduo pertencia, sendo feita, em seguida, a análise histomorfológica e quantitativa dos subtipos de linfócitos T (CD3+, CD4+ e CD8+), B (CD20+) e células de Langerhans (CLs) (CD1a+). RESULTADOS: A alteração histológica mais significativa foi a atrofia da pele na camada epidérmica no grupo imTOR. Não foram observadas diferenças no número de linfócitos B. Contudo, foi observada uma diminuição significativa no número de linfócitos T e CLs, tanto na pele fotoprotegida, como na fotoexposta nos grupos AZA e MPA, embora em menor grau neste último grupo. A pele do grupo imTOR não diferiu da pele dos controles em termos do número de linfócitos B e T e CLs, tanto na pele fotoexposta, como na fotoprotegida. CONCLUSÕES: Os RTRs tratados com imTOR tiveram preservados os elementos celulares relacionados aos mecanismos de vigilância imunológica cutânea, bem como tiveram contida a proliferação epidérmica. O uso de AZA por RTRs diminuiu a população de linfócitos T e CLs na pele desses pacientes, fenômeno que também ocorreu em pacientes sob terapia com MPA, só que em menor grau. Esses achados contribuem para a compreensão da influência dos três esquemas de imunossupressão em questão sobre o sistema imune da pele dos RTRs, e dos seus subsequentes efeitos potenciais no processo da carcinogênese |