O clube dos saberes no hospital: análise institucional de uma intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Borges, Fernanda de Barros Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-16122009-153458/
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar, a partir do referencial da Análise Institucional, a experiência do Clube dos Saberes (CS), um dispositivo que fez parte de uma intervenção institucional, num hospital psiquiátrico privado da cidade de São Paulo, entre os anos 2001 e 2005. O Hospital é uma instituição biforme, com uma organização hierárquica-piramidal e características manicomiais. O CS é uma rede de relacionamentos formada pela troca de saberes e de experiências entre as pessoas de um coletivo, que se organiza democraticamente e visa tanto o crescimento pessoal e individual quanto do próprio coletivo. Ele é proposto ao Hospital como possibilidade de superação da crise enfrentada através da inoculação de uma nova cultura de tratamento, de novas formas relacionamento, de novos modos de funcionamento e organização. A pesquisa envolveu, num primeiro momento, a reconstituição da história dessa experiência a partir da memória da pesquisadora-participante e de registros escritos e, num segundo momento, a seleção de trechos dessa história que possuíam a qualidade de analisador. A análise mostrou que apesar do CS representar uma esperança de mudança e de superação da crise do hospital, ele sofreu resistências por parte da equipe e enfrentou diversos obstáculos: participação pouco expressiva dos trabalhadores do hospital no desenvolvimento do CS; apreensão distorcida ou limitada do projeto; baixa efetividade das parcerias firmadas; persistência e recrudescimento das características manicomiais do hospital; predomínio da organização sobre a clínica e maior atenção à saúde financeira do hospital do que à saúde de seus agentes (pacientes e trabalhadores). Por fim, consideramos que o desenvolvimento do CS foi significativamente prejudicado pela falta de espaços de análise da instituição e de sua alienação.