Avaliação visual da sensiblidade ao contraste em crianças expostas e infectadas intra-útero pelo zika vírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Tabares, Heydi Segundo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-16112020-191815/
Resumo: O vírus Zika é uma arbovirose emergente que é transmitida pelos mosquitos do género Aedes. A infecção, que se caracteriza clinicamente como uma síndrome febril aguda, muito inespecífico parecido ao dengue, está associada com alterações no sistema nervoso, bem como microcefalias no recém-nascido. O desenvolvimento infantil é um processo contínuo e muito dinâmico que inclui entre outras muitas funções, a visão. A evolução da visão inicia-se na vida intrauterina e continua após o nascimento. O período intra-útero e essencialmente importante para o futuro desenvolvimento visual da criança. Assim, as alterações causadas pela infecção pelo Zika têm demostrado repercutir no futuro desenvolvimento da criança. Uma forma de avaliar o sistema visual humano é avaliando a função de sensibilidade ao contraste. A FSC descreve o desempenho do sistema visual em níveis diferentes de contrastes. Neste trabalho de pesquisa está se avaliando a função de sensibilidade ao contraste em bebês cujas mães apresentaram Zika vírus na gestação. Foram feitos testes em 77 crianças com faixa etária de 2 a 24 meses, mais da metade destas crianças formará parte do grupo de controle. A função de sensibilidade ao contraste foi avaliada por meio do Programa de Psicofísica Psykinematix. Foi realizado teste descritivo completo para cada grupo e faixa etária. Análises comparativas entre os grupos foram realizadas com bases nas diferenças entre os valores individuais dos grupos controle e exposto, por meio de Análise de Variância de 1 Via. Correlações entre idade e sensibilidade ao contraste foram realizadas pelo teste de Spearman Rank Order para cada grupo e frequências espaciais. Comparando o grupo exposto e o grupo infectado não encontramos diferença estatística para nenhuma das frequências espaciais. Realizamos correlação entre idade e valor de sensibilidade ao contrate para as frequências testadas. Os dados preliminares mostraram haver uma correlação moderada significativa entre a idade e os valores de sensibilidade ao contrate para a frequência 0,6 cpg (r = 0,45; p< 0,05) para o grupo exposto. Nosso método se mostrou como uma ferramenta eficaz para estudos de sensibilidade ao contraste espacial de luminância nesta população. O desenvolvimento de métodos de medida de funções visuais em bebês e crianças não verbais é de grande importância, pois há pouca disponibilidade de metodologia comportamental para esta faixa etária. O desenvolvimento deste programa de medida permitiu que realizássemos avaliações de sensibilidade ao contraste em bebês e crianças com Zika vírus, discutidos na próxima sessão desta discussão. Outro resultado que mostra a robustez de nosso estudo está no fato dos resultados de nossas medidas estarem similares às medidas realizadas em bebês desta idade por outros pesquisadores para as mesmas frequências espaciais. Concluímos que as medidas de sensibilidade ao contraste em bebês com exposição ao Zika vírus não apresentaram redução da sensibilidade ao contraste em comparação com bebês não expostos