Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lopez, Diego dos Santos Ferrari |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-22112024-151927/
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Resumo: |
Através de uma etnografia conduzida desde 2015 em instituições do Terceiro Setor em São Paulo, esta tese explora o fenômeno da ajuda como uma prática central e multifacetada que configura as relações sociais e molda disposições de poder. Considerando a ajuda como um conceito polissêmico e permeado de significados diversos, o estudo realiza um mapeamento detalhado das concepções predominantes de ajuda no campo, revelando como essas concepções mobilizam e transformam os atores sociais envolvidos. A investigação analisa não apenas os efeitos práticos da ajuda, mas também suas implicações simbólicas e materiais, sugerindo que as práticas de ajuda vão além do simples ato de contribuir para o bem-estar alheio. Em um contexto marcado por desigualdades estruturais, a ajuda é empregada como um mecanismo moral de disposição e gerência social, capaz de regular e instituir relações de poder. A análise questiona se a ajuda promove autonomia ou, ao contrário, reforça posições subalternas e normaliza dependências. A tese examina ainda as dinâmicas da ajuda como um processo que envolve etapas complexas da criação de expectativas à efetivação de práticas e avaliação de seus resultados destacando como cada fase está imbuída de intencionalidades e tensões que refletem e transformam a estrutura social. Por fim, o estudo propõe uma interpretação da ajuda como um instrumento moral que oferece diferentes mecanismos para dispor e gerenciar pessoas e populações conforme as necessidades e interesses de quem domina o tecido social. Assim, a ajuda aparece como um elo entre a moral e o poder, sendo um meio pelo qual o social é organizado, normatizado e mantido de acordo com interesses mais amplos, tornando-se uma das chaves para compreensão das relações sociais no Brasil. |