Estudos de carrapatos e pequenos mamíferos silvestres naturalmente infectados com espiroquetas semelhantes à Borrelia, no município de Itapevi, Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Barros-Battesti, Darci Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-07042020-125020/
Resumo: Diversos casos humanos de borreliose de Lyme foram encontrados em diferentes regiões brasileiras entre 1990 e 1995. Quatro destes casos foram registrados nos município de Cotia e Itapevi, Estado de São Paulo. A proposta deste estudo, foi contribuir para elucidar os aspectos de transmissão da borreliose, em um condomínio residencial no município de Itapevi, SP, onde foram registrados os primeiros casos humanos com quadro clínico e sorológico compatíveis com a doença de Lyme. Os focos naturais de espiroquetas foram estudados no período entre Janeiro/1995 e Junho/1996. Um total de 134 pequenos mamíferos e 88 carrapatos coletados nestes hospedeiros foram investigados. Os carrapatos adultos foram identificados como Ixodes didelphidis, Ixodes loricatus e Amblyomma cajennense e os estágios imaturos como lxodes sp. Para ambos, hospedeiros e carrapatos, foi calculado o índice de densidade relativa e correlacionado com dados meteorológicos pelos coeficientes de Spearman e Pearson. Para marsupiais e carrapatos estas correlações não foram significantes. Para roedores as correlações foram significantes e diretamente relacionadas às baixas temperaturas e índices pluviométricos (p<0.05). A maior freqüência de carrapatos imaturos ocorreu na estação seca, principalmente em roedores; entretanto, carrapatos adultos predominaram durante a estação chuvosa, ocorrendo somente em marsupiais. Sangue e órgãos dos hospedeiros e carrapatos foram inoculados em meio BSK. Foram observadas espiroquetas semelhantes à Borrelia em culturas de sangue de 13% dos marsupiais da espécie Dídelphís marsupíalís e em 36.4% dos carrapatos coletados neste hospedeiro. Espiroquetas foram também observadas em 9.7% das culturas de sangue e órgãos dos roedores Akodon cursor, Bolomys lasiurus e Oxymycterus hispidus e em 30.3% dos carrapatos coletados nestes hospedeiros. Os mamíferos e carrapatos adultos infectados ocorreram principalmente na estação chuvosa e os carrapatos imaturos infectados somente na estação seca. Há fortes evidências de que estas espiroquetas pertençam ao gênero Borrelia: Foram encontradas em pequenos mamíferos e carrapatos; cresceram em meio inoculado com material proveniente de larvas de Ixodes coletadas em roedores não infectados, sugerindo transmissão transovariana e crescem em meio característico para Borrelia.