Nível sanguíneo de hidroxicloroquina prediz atividade de nefrite no lúpus juvenil durante 6 meses de seguimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Balbi, Verena Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-08042025-153835/
Resumo: Introdução: Baixos níveis sanguíneos de hidroxicloroquina (HCQ) são preditores de exacerbação no lúpus eritematoso sistêmico (LES) no adulto. O lúpus eritematoso sistêmico pediátrico (LESp) tem alta morbidade com envolvimento renal em até 80% dos casos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar os níveis de corte de HCQ que predizem a exacerbação de doença no LESp com nefrite lúpica (NL). Métodos: Sessenta pacientes pediátricos com NL em uso de HCQ por pelo menos 6 meses foram avaliados prospectivamente em uma consulta basal (BL) e cerca de 6 meses (6M) após com relação a exacerbação do LESp e níveis sanguíneos de HCQ (ng/mL) medidos por cromatografia líquida-espectrometria de massa em tandem (LC-MS/MS). Atividade de doença foi definida arbitrariamente como um aumento no escore Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index 2000 (SLEDAI-2K)3 pontos e/ou aumento da dose de glicocorticoide ou aumento ou troca de imunossupressores por doença ativa. Resultados: Dezenove pacientes (32%) apresentaram exacerbação do lúpus durante o estudo, com aumento mediano do SLEDAI-2K de 4 (0-8). Os níveis sanguíneos medianos (IQR) de HCQ no BL dos pacientes do grupo com exacerbação foram menores em comparação com os pacientes que se mantiveram estáveis [557,5 (68,6980,3) vs. 1061,9 (534,81590,0 ng/mL); p=0,012]. A análise da curva ROC demonstrou que níveis de HCQ 1075 ng/mL estavam associados a um risco aumentado de exacerbação, com uma odds ratio (OR) de 5,08 (IC 95% 1,28-20,13; p=0,021; sensibilidade=84,2% e especificidade=48,8%). A análise dos níveis de HCQ em 6 meses revelou que a maioria dos pacientes 24/54 (44%) apresentou níveis persistentemente baixos (1075 ng/mL) durante o acompanhamento. Dentre esses, 11/24 (46%) tiveram atividade de doença. A análise de regressão logística múltipla incluindo uso de prednisona, SLEDAI-2K inicial, aderência baseada na dispensação da medicação pela farmácia e níveis sanguíneos de HCQ no BL como possíveis preditores de exacerbação, revelou que somente o nível sanguíneo de HCQ foi independentemente associado à exacerbação durante os 6 meses de seguimento (OR 0,999, IC 95% 0,998-1,0, p=0,013). Conclusão: Demonstramos que o nível de corte de HCQ sanguíneo inferior a 1075 ng/mL prediz exacerbação em pacientes com NL de início na infância sob dose prescrita de HCQ de 4,05,5 mg/kg/dia. Observamos ainda que a maioria desses pacientes tem problemas para aderir ao tratamento, reforçando a necessidade de uma maior vigilância, principalmente naqueles com níveis de HCQ abaixo do limite definido