Desfechos renais em nefrite lúpica
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6634821 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/53185 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A Nefrite Lúpica (NLup) é uma das manifestações mais comuns e graves do lúpus eritematoso sistêmico (LES) e afeta cerca de 60% dos adultos com a doença. É reconhecida como o preditor mais forte de pior prognóstico, influenciando tanto a morbidade quanto a mortalidade dos pacientes com LES. Apesar da evolução do tratamento ao longo dos últimos anos, são escassas as informações sobre a evolução do comprometimento renal de pacientes com LES no longo prazo. OBJETIVOS: Caracterização clínica, laboratorial e histopatológica de pacientes com NLup; definição de fatores que se associam à perda de função renal; determinação do índice de dano SLICC/ACR-DI e principais acometimentos; determinação da pontuação no domínio desse índice referente a cronicidade renal em 1, 5 e 10 anos e fatores associados. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo, retrospectivo, longitudinal, em que foram avaliados 112 pacientes com seguimento mínimo de um ano e diagnóstico anatomopatológico de NLup. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais, assim como de biópsia renal, tratamento e infecções; determinou-se a pontuação do SLICC/ACR-DI global e renal. Para as análises inferenciais, adotou-se o nível de significância alfa igual a 5%. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era do sexo feminino, com mediana de idade de 29 anos. As manifestações clínicas associadas à NLup predominantes foram: hematológicas (80,4%), sobretudo anemia (74,1%), consumo de complemento (68,8%) e acometimento articular (67%). Hematúria > 100.000/mm3 na apresentação da doença renal ocorreu em 52 pacientes (53,1% daqueles com hematúria) e no final do seguimento em seis pacientes (11,1% daqueles com hematúria nesta etapa). O perfil clínico-laboratorial de apresentação correspondeu a creatinina sérica elevada (média de 1,62mg/dL) e proteinúria > 3,5g/24h em 49% e, em algum momento na evolução, em 72% dos pacientes. Predominou a NLup classe IV (64,3%), de forma isolada ou combinada; essa última ocorreu em 11 pacientes, sendo a maioria (8 de 11) com a classe V. Não se identificou qualquer caso de classe I e foi incomum a classe VI. Hipertensão arterial foi diagnosticada em 76,8% dos pacientes, necessitando na maioria dos casos apenas da prescrição de uma ou duas medicações anti-hipertensivas para controle. A NLup classe IV associou-se a pior função renal no início do acompanhamento (maior creatinina sérica inicial, menor TFGe inicial pelo CKD-EPI), HAS e, no final, a mais DRCT (TFGe < 15 mL/min), assim como detecção mais frequente de critérios de atividade renal (mais hematúria inicial e na evolução > 100.000/mL) e imunológica (maior frequência de positividade para anti-DNA). Infecções ocorreram em 58% dos pacientes em algum momento no curso da doença, predominando as de pele (27%), trato urinário (23%) e pneumonia (23%); quadros infecciosos de vias áreas superiores associaram-se ao uso de ciclofosfamida. Houve aumento estatisticamente significante do escore renal do SLICC/ACR-DI entre 5 e 10 anos de seguimento; tal aumento ocorreu às custas de apenas 11,8% da população avaliada (N=34) nas duas ocasiões. No SLICC/ACR-DI, predominou o acometimento de um só órgão (70,3%), destacando-se os danos ocular, neurológico e vascular. Evoluíram com perda de função renal (definida como dobrar a creatinina sérica inicial) 13,4% dos pacientes e com DRCT 11,6%. CONCLUSÕES: Nesta população com NLup, houve predomínio da classe IV. Perda progressiva de função renal ocorreu em 13,4% dos casos e doença renal crônica estágio 5 em 11,6%. Detectou-se aumento significante de dano renal acumulado dos 5 para os 10 anos de seguimento, o qual ao final do seguimento se associou com TFGe inicial < 75 mL/min e proteinúria 24h > 3,5g na evolução. |