O lugar da formação docente e da escolarização de pessoas com deficiência nos discursos instituídos - sob o véu da distopia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zago, Claudinei Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-20102020-175959/
Resumo: Esta pesquisa, que se constitui em um estudo teórico-documental, tomou como proposição de discussão e análise, aspectos constitutivos da formação docente e da escolarização de pessoas com deficiência que, historicamente, apresentam opacidade na compreensão de fundamentos tomados principalmente quando a formação se coloca em correlação com esta escolarização, permeando o ponto de intersecção que se forma entre estes dois campos por meio de uma formulação discursiva eivada, estrategicamente, de efeitos de sentido díspares o que colabora com a constituição de um horizonte distópico, ao colocar em disputa concepções e sustentações teórico-metodológicas ambíguas. Delineouse, inicialmente, um cenário histórico, político e social que necessitou, como recurso metodológico, de estudo prospectivo por meio da digressão histórica no sentido de promover um resgate do conhecimento produzido sobre o campo da formação docente no Brasil, dos primórdios do período da colonização até o final da década de 1980, para poder situar como se desenvolveu todo o debate que foi travado em torno desta temática, identificando neste recorte histórico elementos que contribuíram para que a formação docente passasse a ser discutida enquanto objeto de estudo da política educacional. Sob a perspectiva de outro cenário, com recorte ampliado para a década de 2010, a pesquisa documental alcançou textos instituidores de diretrizes políticas e normativas correlatas à formação docente no Brasil, da estruturação da educação especial no bojo da educação comum, assim como das orientações para operacionalização do serviço educacional instituído pelo governo federal em atenção às deficiências. O viés de análise selecionado para colocar sob exame tais formulações discursivas, manifestas na constituição destes documentos oficiais exemplares, fundamentou-se na teoria desenvolvida pela Análise do Discurso Crítica, em acordo com postulados de Van Dijk (2004, 2010, 2012), possibilitando uma abordagem não apenas sociocognitiva, mas também contextual do discurso instituidor. Esta análise possibilitou identificar o caráter distópico presente em tais formulações discursivas, constituído em meio a contradições e dissenso prototípicas de um campo de disputas acirradas pela definição hegemônica e homogeneizada de conceitos que, sistematicamente, assediam ostensivamente tanto a formação docente quanto a escolarização de pessoas com deficiência, especialmente quando estas se correlacionam.