Avaliação da responsividade a volume em pacientes sob ventilação mecânica: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Chaves, Renato Carneiro de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-15022024-131556/
Resumo: Introdução: A avaliação da responsividade a volume pode ser definida como a capacidade do paciente em aumentar o débito cardíaco ou índice cardíaco em resposta a infusão de fluidos intravenosa. Objetivo: O objetivo primário deste estudo consiste em reportar dados individuais e agrupados dos principais métodos de avaliação da responsividade a volume em pacientes sob ventilação mecânica invasiva. Desenho do estudo e registro: O presente estudo é uma revisão sistemática e metanálise da acurácia dos testes diagnósticos dos parâmetros de avaliação da responsividade a volume em pacientes sob ventilação mecânica. O protocolo do estudo foi registrado na International prospective register of systematic reviews (PROSPERO) com o número de registro: CRD42019146781. Critérios de elegibilidade: Os artigos foram elegíveis para inclusão caso avaliassem manobras com objetivo de predizer responsividade a volume em pacientes adultos sob ventilação mecânica. Estratégia de busca: A estratégia de busca completa foi previamente publicada. Uma busca eletrônica da literatura foi realizada de forma independente e cega por dois autores nas seguintes bases de dados: PubMed, EMBASE, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), SCOPUS e Web of Science. Risco de viés dentro de estudos e entre estudos: Dois autores avaliaram de forma independente a qualidade e o risco de viés de cada estudo. A qualidade de cada estudo foi avaliada usando a ferramenta QUADAS. O viés de publicação foi realizado com o gráfico de funil usando o logaritmo da razão de chances de diagnóstico contra 1/ raiz quadrada do tamanho da amostra efetiva. Análise estatística: O plano de análise estatística foi previamente publicado. Os seguintes valores de cada manobra foram reportados: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, razão de verossimilhança positiva, razão de verossimilhança negativa, acurácia, índice de Youden, razão de chances de diagnóstico e área sob a curva ROC (AUC). Sensibilidade e especificidade foram agrupadas utilizando uma abordagem tradicional e uma abordagem Bayesiana. Em ambas as abordagens, um modelo bivariado com efeito randômico foi utilizado para calcular as estimativas sumarizadas da sensibilidade e especificidade para cada manobra de responsividade a volume que foram agrupadas. Resultados: No total, 69 estudos prospectivos de intervenção foram incluídos nesta revisão sistemática e metanálise. As cinco manobras mais comumente utilizadas nos estudos foram: variação da pressão de pulso (PP), variação do volume sistólico (VS), índice de variabilidade pletismográfica (PVI), pressão venosa central (PVC) e variação da veia cava inferior (VCI). Cada manobra foi agrupada, sumarizada e reportada com intervalo de confiança de 95%. A PP foi a manobra mais comumente reportada para predizer a responsividade a volume, valor médio de ponto de corte de 11,5%, sensibilidade de 74% (70-79); especificidade de 82% (78-86) e AUC de 0.87 (0,84-0,90). A VS foi a segunda manobra mais estudada para predizer a responsividade a volume, valor médio de ponto de corte de 12,1%, sensibilidade de 76% (71-81); especificidade de 78% (72-83) e AUC de 0,87 (0,84-0,91). O PVI foi a terceira manobra mais comumente reportada para predizer a responsividade a volume, valor médio de ponto de corte de 13,8%, sensibilidade de 79% (70-85); especificidade de 78% (70-84) e AUC de 0,88 (0,82-0,94). A PVC foi a quarta manobra mais comumente reportada para predizer a responsividade a volume, valor médio de ponto de corte de 9 mmHg, sensibilidade de 61% (52-69); especificidade de 69% (55-81) e AUC de 0,77 (0,69-0,87). A VCI foi a quinta manobra mais comumente reportada para predizer a responsividade a volume, valor médio de ponto de corte de 15,4%, sensibilidade de 66% (54-75); especificidade de 81% (70-88) e AUC de 0,83 (0,78-0,89). Conclusão: A responsividade a volume pode ser avaliada com segurança em pacientes adultos sob ventilação mecânica. Uma avaliação cuidadosa da responsividade a volume deve ser realizada nos pacientes críticos, antes da expansão volêmica, de forma a mitigar o risco de sobrecarga hídrica e individualizar a terapêutica