Avaliação dinâmica e evolutiva da disfunção miocárdica em crianças sépticas com choque refratário a líquidos: aplicação do índice de desempenho miocárdico e doppler esofágico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Boaventura, Andréa Madeira
Orientador(a): Dutra, Maria Virgínia Peixoto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Fernandes Figueira
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3450
Resumo: Objetivos: Este estudo descreve a evolução da função cardíaca de 34 crianças sépticas admitidas na UTI Pediátrica de um hospital público do Rio de Janeiro, com base em critérios ecocardiográficos e de Doppler esofágico (DE). É a primeira proposta de aplicação do índice de desempenho miocárdico (IDM) para avaliação de disfunção miocárdica associada a sepse em crianças, mostrando sua correlação com dados do Doppler esofágico. Visava-se calcular a confiabilidade intraobservador das medidas do IDM, correlacionar a FE e Fenc com o IDM-VE, todas as medidas com os índices prognósticos: PIM e PRISM e mostrar as mudanças evolutivas na função miocárdica através do IDM biventricular. Métodos: De 2005 a 2007, foram selecionadas crianças da UTI Pediátrica do Instituto Fernandes Figueira com critérios de choque séptico refratário a líquidos, que foram submetidas a ecocardiograma seriado nas fases aguda e evolutiva da doença, com medidas dos diâmetros cavitários, fração de ejeção (FE), fração de encurtamento (Fenc) e IDM biventricular. Parte dos pacientes foi monitorizada com DE. Resultados: Foram examinadas 34 crianças, 17 destas foram monitorizadas com DE. Nove crianças (26,5%) tinham FE < 65% na fase aguda. A sensibilidade da FE na fase aguda foi maior do que o IDM para o diagnóstico de disfunção ventricular esquerda. Nove crianças (26,5%) apresentavam IDM-VD alterado na fase aguda. Corroborouse uma alta confiabilidade das medidas do IDM biventricular com coeficiente de correlação de concordância entre 0,95 e 0,99. Houve correlação negativa entre as medidas de FE e IDM-VE (r= -0,42, p=0,01), bem como houve diferença significativa do IDM-VE entre as fases: diferença média = 0,07 com IC 95% (0,02; 0,12). Não se confirmou o valor prognóstico do IDM. Os dados do DE, apesar de sua utilidade na prática clínica, não se correlacionaram com os dados ecocardiográficos. Conclusões: O estudo conclui que o IDM não é um parâmetro mais precoce para o diagnóstico de disfunção ventricular esquerda do que a FE, entretanto pode ser um parâmetro evolutivo importante. A avaliação da função ventricular direita pelo IDM mostrou incidência de disfunção do VD precoce significativa. O estudo sugere que o IDM pode ter aplicação no diagnóstico evolutivo da disfunção miocárdica associada a sepse em associação às medidas já tradicionalmente utilizadas.