Ambulantes em Campinas: estratégias de resistência e sobrevivência no espaço urbano (1929 - 1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rodrigues, Flavia de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-15122014-111402/
Resumo: As hipóteses apresentadas neste trabalho são relacionadas às manifestações e disputas de ambulantes no espaço de transformação urbana do centro de Campinas e bairros vizinhos, no período de 1929 a 1940. Estas mudanças aparecem como resultado de uma urbanização articulada ao processo de industrialização que tomava conta da cidade, uma vez que a acumulação gerada pelos lucros do café desdobrava-se numa dinâmica industrial e imobiliária. Além disso, empresários dos setores industriais, imobiliários, comerciais e jornalísticos pressionavam a Administração Municipal diante da necessidade, em sua opinião, do estabelecimento de regras e normas quanto ao modo de viver em uma cidade moderna. O objetivo consistia em excluir tudo que não estivesse nos moldes da modernidade, desde as ruas estreitas e casarões até a permanência no centro. Neste cenário, a partir do estudo e compilação de requerimentos de ambulantes, comunicados de fiscais, livros de registros da Repartição Fiscal, da Legislação Municipal e dos Relatórios dos Prefeitos, busca-se contextualizar, identificar e compreender as formas de resistência dos ambulantes para assegurarem seus modos de vida e sobrevivência diante das intervenções legislativas e espaciais, da fiscalização e vigilância efetuadas pela Prefeitura no município. A persistência, seja por meio de suas andanças e/ou fixação em algum ponto da cidade é problematizada e articulada a algumas questões principais: a atividade concebida como necessária à população em geral, sendo assim, parte dos costumes e cultura dos habitantes locais; a importância dessa parcela da população para o abastecimento da cidade; sua influência econômica ligada ao pagamento de impostos contribuindo, assim, para os cofres públicos e a percepção por parte da Administração Municipal quanto às consequências negativas da proibição total da prática ambulante, uma vez que era (e ainda é) uma fresta deixada pela sociedade que possibilitava a sobrevivência daqueles que não conseguiam outro tipo de profissão