Quimioprospecção de metabólitos secundários de esponjas marinhas do litoral norte do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Freire, Vítor Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75133/tde-03122021-115454/
Resumo: Pertencentes ao filo Porifera, esponjas são o grupo mais antigo de metazoários existentes. As esponjas apresentam uma grande quimiodiversidade de metabólitos secundários, ainda com vasto universo de compostos a ser explorado. Neste trabalho foram estudadas as esponjas marinhas Clathria (Clathria) nicoleae e Oceanapia sp., coletadas na foz do Rio Amazonas, e Agelas dispar, coletada em Fernando de Noronha. O estudo químico da fração acetato de etila de C. nicoleae possibilitou o isolamento do composto conhecido microcionamida A (1). O estudo da fração aquosa desta mesma esponja levou ao isolamento e a determinação estrutural de um hexapeptídeo inédito, a clathriamida (2), o qual apresentou IC50 de 1,08 µM contra a linhagem de câncer de ovário OVCAR3 . A partir da fração aquosa de espécimes de Oceanapia sp. foi realizado o isolamento de dois peptídeos potencialmente inéditos, oceanapiamidas A e B, ambos compostos com massa molecular acima de 3300 Da. A investigação do perfil de fragmentação por HRMS/MS dos alcalóides bromopirrólicos 4-desbromo-oroidina (3), himenidina (4) 4-desbromougibohlina (5), 5- desbromougibohlina (6) e monobromoisofakelina (7), previamente isolados da esponja Dictyonella sp., possibilitou a diferenciação estrutural de isômeros e proposição de rotas de fragmentação para os compostos estudados. Utilizando as análises por MS/MS desenvolvidas para os alcalóides bromopirrólicos isolados de Dictyonella sp., diferentes ferramentas quimioinformáticas foram utilizadas no estudo da esponja marinha A. dispar. Foi construída uma rede molecular utilizando Feature-Based Molecular Networking (FBMN) a partir de dados de LC-MS2 da fração acetato de etila pré-fracionada. Utilizando a biblioteca pública do GNPS, bibliotecas in-house e in-silico e propagação de anotação, foram anotados os seguintes compostos: himenidina (4), oroidina, undecaetilenoglicol, dispacamida, monobromodispacamida, keramadina, longamida B, o éster-metílico da longamida B, hanishin, o éster metílico da 3-debromolongamida B e a 3-debromohanishin. Após a desreplicação, o estudo químico das frações de Agelas dispar possibilitou o isolamento/identificação dos compostos conhecidos dibromoageliferina (8), bromoageliferina (9), ageliferina (10), nagelamida H (11) e citrinamina B (14), além dos novos compostos nagelamidas H2 e H3 (12) e (13), dispirinas B-F (15-19) e do esqueleto inédito de carbono, as disparamida A-C (20-22). A bromoageliferina (9) apresentou IC50 de 0,010 µM contra a linhagem de células de câncer de ovário OVCAR3.