Análise de proteínas cuja expressão é controlada por miRNA e relacionada à progressão do adenocarcinoma de próstata por imuno-histoquimica em tissue microarray

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Timoszczuk, Luciana Maria Sevo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-13122012-162235/
Resumo: Introdução: O Câncer de Próstata (CaP) é o tumor mais comum do homem e a segunda causa de óbito por câncer no Brasil. MicroRNA (miRNA) é uma classe de pequenos RNA regulatórios não codificantes de proteínas que tem papel fundamental no controle da expressão dos genes. São responsáveis pelo controle de processos fundamentais na célula e estão envolvidos na tumorigênese em humanos. Previamente demonstramos alterações no perfil de expressão dos miRNA 100, let7c e 218 comparando carcinomas localizados e metastáticos. A caracterização de perfis de expressão de suas proteínas alvo no CaP é crucial para a compreensão dos processos envolvidos na carcinogênese, dando-nos a oportunidade do descobrimento de novos marcadores diagnósticos, prognósticos e mais importante identificação de alvos para o desenvolvimento de terapias inovadoras. Objetivo: Analisar a expressão das proteínas controladas pelo miR-let7c (Ras, c-Myc e Bub1), miR-100 (Smarca5 e Retinoblastoma) e miR-218 (Laminina 5 3) e a atividade proliferativa (Ki-67) no câncer de próstata com a técnica de imuno-histoquímica utilizando microarranjos teciduais representativos de CaP localizado e suas metástases linfonodais e ósseas. Correlacionar os níveis de expressão dos miRNA com suas proteínas alvo. Analisar a expressão dos miRNA, proteínas e atividade proliferativa com os fatores prognósticos do câncer de próstata e com a evolução da doença. Material e Métodos: A imunoexpressão de Smarca5, Retinoblastoma, Laminina, Ras, c- Myc, Bub1 e Ki-67 foi avaliada através de IH pela técnica de microarranjo tecidual caracterizando três estágios do CaP, sendo 112 casos de CaP localizado, 19 metástases linfonodais e 28 metástases ósseas. As imagens obtidas foram submetidas a um software de análise de imagem digital MacBiophotonics ImageJ do National Institutes of Health, EUA, onde a intensidade de luminescência foi quantificada densitometricamente. O perfil de expressão dos miR-let7c, 100 e 218 foi analisado utilizando o bloco de parafina de 61 pacientes dos 112 pacientes com carcinoma localizado, que foram submetidos a analise protéica por IH. O processamento dos miRNA envolveu três etapas: extração do miRNA com kit específico, geração do DNA complementar e amplificação do miRNA por PCR quantitativo em tempo real (qRT-PCR) cujo controle endógeno foi RNU-43 (Applied Biosystems). Os resultados foram analisados usando o método 2-CT. Como controle, utilizamos amostras de tecido com hiperplasia prostática benigna (HPB). Avaliamos a relação entre a expressão dos miRNA e suas proteínas alvo, com o escore de Gleason, estadiamento patológico e evolução da doença considerando recidiva bioquímica, níveis de PSA>0,4 ng/mL, em uma média de seguimento de 77,5 meses. A análise estatística foi realizada através do software SPSS 19.0, utilizamos o test T de Student, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e qui-quadrado. O valor de p foi considerado estatisticamente significante quando inferior na 0,05 em todos os cálculos. Resultados: Observamos uma diminuição de expressão de Ras (p=0,017) e Laminina (p<0,0001) conforme a progressão tumoral do CaP localizado a metástase linfonodal e óssea. Houve um aumento de expressão de Rb (p=0,0361) e aumento da atividade proliferativa avaliada pelo Ki- 67 (p<0,0001). Encontramos ainda uma tendência a relação entre a positividade de expressão de c-Myc com estadiamento patológico pT3 (p=0,070). Todos os miRNA se mostraram superexpressos no CaP localizado. Laminina apresentou uma média de intensidade de expressão maior quanto maior a expressão de miR-218 (p=0,038). Porém os demais miRNA não apresentaram relação de expressão com suas proteínas alvo. Também não houve relação entre a expressão de miRNA e expressão das proteínas por IH com a recidiva bioquímica. Conclusões: Apesar de confirmarmos os nossos achados de superexpressão dos miRNA 100, let7c e 218 no CaP localizado, não houve correlação entre esses e a imunoexpressão de suas proteínas alvo. Demonstramos que houve alteração de imunoexpressão de Ras, Laminina 5 3, Retinoblastoma e Ki-67 de acordo com a progressão tumoral no CaP. E uma maior expressão de c-Myc por IH mostrou uma significância tendência a relacionar-se com tumores não confinados estadiados pT3