O Janus Bifronte: um ensaio sobre os limites do racionalismo em Descartes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sparvoli, Wilson Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-12012016-151355/
Resumo: Descartes é considerado tradicionalmente como um racionalista estrito, sendo reconhecido pela clareza e distinção, pela certeza e pelo saber metódico, entretanto, existem conhecimentos que extrapolam tais critérios e mesmo assim ainda ocupam um lugar importante no seu pensamento: a criação das verdades eternas, a união substancial e o homem concreto. Nessa tese, pretendemos mostrar como tais objetos, que extrapolam um saber claro e distinto ou uma compreensão completa, podem ser reabilitados no sistema, como cada um deles mantém uma margem de inteligibilidade e uma margem de ininteligibilidade, como eles são bordas do saber, com uma face voltada para a clareza e distinção e outra voltada para a obscuridade. Deus e a criação das verdades podem ser entendidos mas sem ser compreendidos; já a união substancial é uma noção primitiva mas é da alçada da sensibilidade e não do entendimento. Para ressaltar a originalidade e complexidade do pensamento cartesiano frente aos limites do racionalismo, recorremos ao pensamento de Leibniz, mostrando como as saídas leibnizianas são muito mais tradicionais e condizentes com um projeto de racionalismo estrito.