A relação sujeito-língua estrangeira: efeitos de estranhamento e familiaridade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Herrmann, Ingrid Isis Del Grego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-10052018-114255/
Resumo: Aprendizes e professores de línguas constituem-se por diferentes representações acerca da língua com a qual mantêm contato e do contexto que a compreende. Desse ponto de vista, analisamos a relação sujeito-língua com o objetivo de examinar como as representações mobilizadas pelos sujeitos produzem efeitos de sentido para os sujeitos e para a relação que eles estabelecem com a língua. Assim, de uma perspectiva discursiva (CORACINI, 2009; GRIGOLETTO, 2013; ORLANDI, 2012), considerando conceitos psicanalíticos (LACAN, 1964; VOLTOLINI, 2011), analisamos os dizeres de quinze entrevistados (aprendizes e professores), envolvidos com uma língua estrangeira: inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, japonês, chinês e russo. Depreendemos, dos dizeres, a regularidade de três formações discursivas, a que nomeamos: língua guarda-roupa (cuja dinâmica é semelhante àquela conceitualizada por Bauman (2005) com a \"comunidade guardaroupa\"), língua atraente (sugerindo os efeitos de fascinação que a língua exerce ao sujeito) e língua fragmentada (apontando determinada imagem de segmentação da língua). Na análise, articulamos o conceito freudiano do \"estranho\" (FREUD, 1919), que se apresenta de modo profícuo para o exame da relação sujeito-língua, pois explica efeitos de \"estranhamento\", percebidos como desconforto e dificuldade, constitutivos do sujeito e que observamos nessa relação. A partir desse conceito, também examinamos os efeitos de familiaridade, enunciados como bem-estar e conforto na relação sujeito-língua e também relacionados às formações discursivas referidas. A análise da fluidez entre os efeitos de estranhamento e familiaridade destaca a constituição clivada do sujeito e a amplitude de efeitos de sua relação com a língua, contemplando representações constituídas nas condições de produção da hipermodernidade, concernentes ao mundo do mercado e de suas relações líquidas.