Doença celíaca: repercussões bucais e estudo do esmalte dental como marcador da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Carvalho, Fabricio Kitazono de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-22052012-140940/
Resumo: A doença celíaca é uma desordem autoimune caracterizada pela intolerância ao glúten, provavelmente subdiagnosticada devido ao amplo espectro de apresentação clínica, e que se não tratada pode ocasionar graves complicações. Considerando o fato de que certas manifestações bucais podem ser indicativas da doença celíaca, os cirurgiões-dentistas podem desempenhar um importante papel na diagnose desta condição. Neste estudo, 52 celíacos entre 2 e 23 anos, além de um grupo controle composto por 52 indivíduos pareados por sexo e idade, foram sistematicamente avaliados quanto à presença de estomatite aftosa recorrente, defeitos do esmalte dental e ocorrência de cárie dental tanto na dentição decídua quanto na permanente, tendo também sido submetidos a análise salivar (pH, fluxo e capacidade tampão). Paralelamente, 10 molares decíduos de pacientes celíacos e 10 provenientes de um grupo controle sem a doença tiveram a composição química de seu esmalte analisada através da Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier e Espectroscopia por Energia Dispersiva de Raios-X. E, finalmente, 27 crianças com defeitos de formação no esmalte dental foram submetidas ao diagnóstico sorológico da doença celíaca. Foi observado que os defeitos específicos do esmalte dental são mais comuns entre os celíacos que em controles (57,7% vs 13,46%), bem como a estomatite aftosa recorrente (40,38% vs 17,31%). Contrariamente, uma menor frequência de lesões de cáries dentais foi observada no grupo de doentes celíacos (2,11 vs 3,9). A análise salivar mostrou maior ocorrência de baixo fluxo no grupo celíaco (36% vs 12%), enquanto o pH e a capacidade tampão foram estatisticamente semelhantes em ambos os grupos. A composição química, apesar de não apresentarem diferenças nas concentrações de cálcio e fósforo entre os grupos, revelou uma menor proporção Ca/P nos dentes decíduos dos celíacos (1,35 vs 1,58). E por fim, os testes sorológicos (anti-tTG IgA) não evidenciaram doença celíaca nas crianças portadoras de defeitos específicos do esmalte dental.