Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Adriã Orídan Ferreira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-11072024-173927/
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Resumo: |
Esta pesquisa se configura como uma fonte de denúncia das múltiplas condições de opressão às quais estão sujeitas as pessoas em um contexto interseccional não-normativo de localização social byxa-preta-cabocla-de-quebrada, condições essas que são resultado dos processos produzidos pela cisnormatividade que cria e promove um estado normalizado e naturalizado de violências, a partir da articulação de um cistema normativo que opera socialmente através de crenças e violências institucionalizadas e não institucionalizadas, em associação à uma pedagogia normativa que o sustenta. Trata-se do resultado do diálogo estabelecido entre o referencial teórico que integra esta pesquisa, composto por intelectuais dos estudos decoloniais, dos feminismos negros, dos transfeminismos e dos estudos queer, bem como pelas histórias de diferentes pessoas em contexto interseccional byxa-preta-cabocla-de-quebrada, a partir dos objetivos de mapeamento e discussão sobre as violências e transgressões que se dão diante desse contexto normativo. A partir dos conceitos de dispositivo de racialidade/biopoder, do dispositivo de sexualidade, do epistemicídio e da cisnormatividade, encontramos um caminho teórico para a elucidação dessas questões em associação ao trajeto de investigação empreendido a partir da simbologia dos espelhos abebés usados pela divindades iorubá Oxum e Iemanjá. Foi possível concluir que o cistema normativo funciona a partir de mecanismos de exploração, exclusão, constrangimento, punição e correção, no sentido de modelagem de corpos e subjetividades, de forma a colocar e manter a masculinidade normativa, a branquitude, a heterossexualidade e a cisgeneridade no centro da existência humana e nos lugares de poder e privilégio, enquanto conduz as pessoas e as experiências não-normativas às margens e às periferias em suas mais variadas formas. De tudo as normatividades pretendem se apossar, se materializando a partir dos corpos e subjetividades em consonância com uma corrente de pensamento fundamentalista e ultraconservadora que podemos nomear como a sua pedagogia. O mecanismo de funcionamento do cistema normativo se baseia no uso do poder, o qual é exercido através das violências e coerções, objetivando a submissão. A não-submissão acarreta violências ainda maiores, como a rejeição, o desprezo e o abandono, conduzindo as pessoas não-normativas ao caminho do isolamento e da solidão, objetivando a sua eliminação e morte |