As representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo Amazônico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Marques, Alexandre de Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9676111954081646
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
BR
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2302
Resumo: Este trabalho tem como objetivo conhecer as representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo amazônico. Uma tentativa de entender a história da palavra caboclo revela que o primeiro significado da expressão pode ter sido formulado no tupi, o que vem da floresta , para designar os assim chamados índios que, desregrados, passaram a conviver nas vilas. É um termo que carrega hostilidade para com os grupos assim chamados, e que segundo os estudos de comunidade realizados no baixo Amazonas na década de 1940 parece ser aplicado somente aos outros, nunca ao próprio interlocutor. Entretanto, a partir da década de 1980 em Manaus, observa-se um movimento basicamente levantado em propaganda política, no sentido de entender o caboclo como uma identidade original, tomando a chamada floresta amazônica como sua referência geográfica ou região natural. O caboclo seria então identidade de um povo e o sentido depreciativo da palavra não seria mais que preconceito. Nossa abordagem, por outro lado, entende que os estigmatizados não podem ser identificados como pessoas reais. A teoria das representações sociais é empregada, portanto, para se entender não apenas o produto, mas também o processo de construção da suposta identidade cabocla. Nossa hipótese inicial é que não seria possível entender o caboclo sem considerar a participação nordestina em Manaus, e assim, nordestinos residentes na cidade são entrevistados na condição suposta de um grupo que não compartilharia dos preconceitos locais, na tentativa de uma outra visão, de fora do problema. As nove entrevistas aqui reunidas, porém, acrescentam que nordestinos e caboclos não se relacionam diretamente, que apesar de considerado um tipo regional, o caboclo não detém condição privilegiada, e que as representações, ao mesmo tempo em que re-apresentam um termo historicamente consolidado, ajudam a manter a estigmatização, deixando o outro na condição de estranho.