Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Egidi Mayara Firmino |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-05062020-084321/
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Resumo: |
O processo neurotóxico da doença de Alzheimer (DA) é causado pela deposição da proteína beta-amilóide em torno dos neurônios das áreas do sistema nervoso central, como o córtex pré-frontal medial (MPFC) e o hipocampo (Hpc). Esse acúmulo de proteínas leva à excitotoxicidade glutamatérgica, que por sua vez induz um aumento exagerado nas concentrações intracelulares de cálcio. O cálcio, nessas condições, está relacionado à ativação de vias neurotóxicas que culminam na morte celular. O cálcio pode permear a célula através de outros receptores, como os canais TRPV1, a fim de ativar essas vias. Foi demonstrado em estudos in vitro que esses receptores contribuem para o aumento da expressão de marcadores inflamatórios e oxidantes induzidos pela aplicação da proteína beta-amilóide na cultura de astrócitos corticais. Tais dados sugerem que esses receptores podem contribuir para o processo neurotóxico da DA. No entanto, a avaliação do papel dos receptores TRPV1 tem sido pouco estudada. Portanto, a hipótese do presente estudo é a de que os receptores TRPV1 presentes no CPFM e Hpc podem exercer um efeito neurotóxico e prejudicar processos de plasticidade sináptica durante a evolução da doença. Para induzir os sintomas e prejuízos cognitivos da DA, camundongos C57 com 7 semanas de idade foram microinjetados com AβOs (i.c.v.) após cirurgia estereotáxica. Posteriormente, 24 horas após a microinjecão de AβOs, os animais foram submetidos a um tratamento repetido durante 14 dias com um antagonista do receptor de TRPV1, SB366791 ou veículo (0,15 mg/kg, i.p.). Em seguida, 24 horas após o término do tratamento, foram submetidos ao teste de reconhecimento de objetos e aos modelos de condicionamento de medo sonoro ou contextual. Após os testes comportamentais, MPFC e Hpc foram dissecados para análise molecular. Os procedimentos experimentais foram realizados seguindo protocolos aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 034/2018. Inicialmente, a microinjeção do AβOs promoveu prejuízo na memória de curto prazo 24h após a injeção. O tratamento com SB366791 preveniu significativamente o prejuízo da memória de curto prazo e de longo prazo no teste de reconhecimento de objetos ocasionados pelo AβOs. Da mesma forma, no teste de medo condicionado ao contexto ou ao som, o tratamento repetido com o SB366791 foi capaz de impedir o prejuízo da consolidação da memória aversiva induzida pelo AβOs. Além disso, neste modelo da DA, os animais apresentaram aumento nas citocinas pró- inflamatórias IL-1β e TNFα tanto no CPFM quanto no Hpc que também foi prevenido pelo SB366791. Apesar das alterações inflamatórias, não houve diferença nas células positivas de Iba-1 e NeuN entre os grupos. Adicionalmente, animais knockout TRPV1 também preveniram todas as alterações comportamentais e moleculares ocasionadas pela microinjeção de AβOs. Experimentos prévios em cultura de tecido de humano também demonstraram que o AβOs parece promover um aumento na liberação de TNFα que é diminuída com o tratamento com SB366791. Estes resultados sugerem que o antagonismo do receptor TRPV1 tem um efeito neuroprotetor, diminuindo o déficit cognitivo no modelo de DA induzido por AβOs. Além disso, diminuiu as citocinas pró-inflamatórias IL-1β e TNFα em MPFC e Hpc. Assim, a manipulação farmacológica dos receptores TRPV1 poderia oferecer uma nova abordagem para o tratamento da DA. |