Entre pontes, travessias e encruzilhadas: corpos em tensão, inventando resistências e existências rizomáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mendes, Valéria Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-15012021-165728/
Resumo: Tecer uma cartografia é produzir mundos com as existências que encontramos no caminho. Nesta navegação, vamos experimentando um conjunto de travessias que abrem possibilidades para nos ocuparmos de uma multidão de existências e de nós mesmos como pesquisadores-viventes. Foi esta experiência que vivenciei no Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Capão Redondo, zona sul de São Paulo, partindo da questão: \"o que vem de fora e a saúde não enxerga?\". Os ventos do fora me chamavam. Nesta navegação, compartilhada intensivamente com várias vidas, incluindo os integrantes do grupo Micropolítica e Saúde, aportei inicialmente em um quilombo cultural do Jardim São Luiz: o Sarau da Cooperifa. De lá, guiada pelas mãos de uma Griot, pisei em outro quilombo: a Casa Popular de Cultura de M\'Boi Mirim. De encontro em encontro, cheguei em diferentes Corpes-Casa que me permitiram conhecer o que compõe e atravessa suas existências e seus modos de viver: literatura e cultura periférica; saraus nas escolas e para além dela; saberes-fazeres da cultura popular; teatro negro feminino; feminismo negro; trabalho de permanência; racismo; mulheres negras e gordas na dança e no teatro; modos de vida compartilhados; produção de um existir em transito; LGBTQUIA+fobia; encarceramento em massa da população negra; saúde das mulheres negras... E do encontro com um rizoma de produções ético-político-estético-poético-artístico habitado por esta constelação de existências, minha questão se amplificou e se evidenciou como tais experiências podem interrogar as práticas de saúde e a políticas públicas, bem como ensinar sobre estratégias de cuidado coletivo. Assim, no caminhar-navegar por entre pontes, travessias e encruzilhadas com estes Corpes-Casa-Multidão, que seguem em tensão inventando existências e resistências rizomáticas, aconteceu esta navegação cartográfica.