Impacto das metástases incidentais no compartimento central no prognóstico e no manejo clínico de pacientes com carcinoma papilífero da tireoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pinheiro, Renan Aguera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-02092024-142631/
Resumo: Introdução: O carcinoma papilífero da tireoide apresenta altos índices de metástase linfonodal, principalmente no compartimento central do pescoço. Ocasionalmente, após o procedimento de tireoidectomia, mesmo sem esvaziamento cervical, o relatório anatomopatológico pode revelar a exérese de metástases linfonodais inadvertidamente ressecadas. O presente estudo teve como objetivos principais: a) Avaliar se a detecção de metástases incidentais em linfonodos após a tireoidectomia pode prever falha do tratamento inicial; b) Comparar as taxas de falha no tratamento entre pacientes com metástases linfonodais incidentais e pacientes com metástases linfonodais recorrenciais clínicas ou subclínicas, mas submetidos ao esvaziamento do compartimento central no tratamento cirúrgico inicial. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo de pacientes submetidos à tireoidectomia com ou sem esvaziamento de compartimento central por carcinoma papilífero da tireoide no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo do período de 2009 a 2015, para obtenção de dados de um acompanhamento mínimo de cinco anos. Os pacientes foram divididos em 5 grupos: a) Grupo 1: Tireoidectomia total sem ressecção de linfonodos; b) Grupo 2: Tireoidectomia total com ressecção incidental de linfonodos negativos; c) Grupo 3: Tireoidectomia total com ressecção incidental de linfonodos metastáticos; d) Grupo 4: Tireoidectomia total com esvaziamento de compartimento central sem metástases linfonodais; e) Grupo 5: Tireoidectomia total com esvaziamento de compartimento central com metástases linfonodais. Resultados: Um total de 698 pacientes foram incluídos: Grupo 1: 320; Grupo 2: 264; Grupo 3: 37; Grupo 4: 32; Grupo 5: 45. Os pacientes com metástases linfonodais eram mais jovens, tinham tumores maiores, taxas mais altas de extensão extratireoidiana microscópica e invasão angiolinfática e a maioria recebeu radioiodoterapia. A falha no tratamento foi maior nos pacientes dos Grupos 3 e 5 (32% e 16%, respectivamente; p<0,001 - teste Qui-quadrado). A sobrevivência livre de doença foi menor nos pacientes do Grupo 3 em comparação com pacientes dos Grupos 1 e 2 (p<0,001 vs. Grupo 1 e 2 e p=0,005 vs. Grupo 4), mas semelhante quando comparada com pacientes do Grupo 5 (p=0,091 - teste Log-Rank). A análise multivariada demonstrou como fatores de risco independentes para falha no tratamento inicial: tumores pT4a (HR = 5,524; IC 95%: 1,380 22,113; p=0,016), Grupo 3 (HR = 3,691; IC 95%: 1,556 8,755; p=0,003), extensão extratireoidiana microscópica (HR = 2,560; IC 95%: 1,303 5,030; p=0,006) e invasão angiolinfática (HR = 2,240; IC 95%: 1,077 4,510; p=0,030). Conclusões: As conclusões principais foram: a) Os pacientes com metástases linfonodais incidentais apresentaram altas taxas de falha no tratamento inicial. Esta característica foi fator de risco independente para este desfecho, de acordo com a análise multivariada; b) Quando comparados aos pacientes com metástases linfonodais recorrenciais clínicas ou subclínicas, mas submetidos ao esvaziamento do compartimento central no tratamento cirúrgico inicial, os pacientes com metástases linfonodais incidentais apresentaram taxas semelhantes de falha do tratamento inicial