Tecnologia alternativa, moradia e pauta ambiental: o discurso e a prática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Alice Maria de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102131/tde-04052023-114205/
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar formas alternativas de produção da habitação popular feitas a partir da autoconstrução, particularmente aquelas que buscam mitigar os impactos ambientais por meio do uso de tecnologias alternativas e que têm a terra como principal material construtivo. Diante do alto consumo de recursos naturais e da dependência de combustíveis fósseis, a discussão sobre a produção do ambiente construído se constitui no contexto da necessidade de se pensar e criar tecnologias alternativas com o fim de mitigar os problemas ligados aos setores produtivos e que reverberam nas esferas social, econômica, política e ambiental. Este cenário cria diversas interpretações do que seriam práticas ecológicas e sustentáveis. Assim, mobilizamos a discussão sobre a produção da moradia e o uso de tecnologias alternativas sob a perspectiva transversal das pautas ambientais a fim de obter outras compreensões sobre o processo produtivo da habitação popular. O procedimento metodológico parte de uma abordagem qualitativa, cuja pesquisa teórica e empírica é de natureza exploratória e descritiva. Como procedimento técnico realizamos o estudo de caso de uma produção habitacional realizada através de mutirão entre 2017 e 2018 na Região Administrativa (RA) Sol Nascente/Pôr do Sol, localizada no Distrito Federal (DF), cujas ferramentas de coleta de dados contou com a observação direta e roteiro de entrevistas semiestruturado. O mutirão teve como propósito a provisão de uma casa modelo utilizando técnicas construtivas alternativas, preconizadas pela bioconstrução, pautadas no discurso principal de construir casas ecológicas e sustentáveis no bairro, com baixo custo financeiro, facilidade de execução, autonomia e rapidez na obra. Com este estudo, buscamos compreender os limites e obstáculos do uso de tecnologias alternativas com terra na produção da habitação popular autoconstruída e, a partir da análise dos dados coletados, confrontar o discurso e a prática em torno do mutirão de bioconstrução Sol Nascente, considerado o primeiro mutirão de bioconstrução do DF e promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Portanto, em meio ao panorama social, econômico, político e ambiental, aqueles que precisam autoconstruir suas casas se veem diante de inúmeros problemas a serem resolvidos como a urgência de ter um abrigo fazendo com que a questão ambiental não reverbere de forma considerável nas tomadas de decisão sobre o processo produtivo da moradia, mesmo que seja perceptível a tentativa como em alguns casos apresentados nesta pesquisa de conciliar soluções tecnológicas convencionais e não convencionais almejando causar baixo impacto ambiental.