Estresse ocupacional em profissionais de processamento de dados: condições de trabalho e repercussões na vida e saúde dos analistas de sistemas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Rocha, Lys Esther
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-06042010-122152/
Resumo: O estudo teve como objetivo avaliar as repercussões do trabalho sobre a vida e a saúde dos analistas de sistemas. Em termos metodológicos, optou-se pela abordagem interdisciplinar, buscando articular metodologia quantitativa e qualitativa. A metodologia qualitativa compreendeu a realização de entrevistas semi-estruturadas, observação dos postos de trabalho e análise ergonômica da tarefa. A metodologia quantitativa abrangeu a elaboração de questionário baseado em revisão da literatura e dados coletados através das entrevistas. O questionário foi auto-aplicado por 553 analistas de sistemas e 136 trabalhadores de diferentes ocupações definidos como população-comparação. Foram estudadas duas empresas de processamento de dados da Grande São Paulo, sendo uma estatal e a outra um banco privado. A análise estatística utilizada privilegiou uma abordagem macro, sem selecionar um fator ou repercussão em específico, com o objetivo de mostrar a complexidade, e os fatores mais importantes e suas associações, medidas através da análise de regressão. Em relação às características sócio-demográficas, 66,9% dos analistas de sistemas tinham entre 25 e 39 anos; 59,3% pertenciam ao sexo masculino, 84,1 % tinham curso superior completo e a maioria ganhava mais de 20 salários mínimos. Em relação ao processo de trabalho foram estudados os conteúdos das tarefas dos analistas de sistemas, analistas de suporte, analistas de produção e analistas de metodologia, além das transformações sofridas pelo trabalho em decorrência da evolução da informática. No que se refere às condições de trabalho, os principais fatores foram: a) exigência de tempo (prazos curtos em razão do impacto político/social do trabalho, sobrecarga e horário irregular de trabalho); b) carga mental de trabalho (trabalho constante com a mente, pensar detalhadamente e alto grau de responsabilidade); c) relação com o computador (descrita como absorvente, envolvendo raciocínio formal e binário e induzindo à busca pela perfeição, sob o ritmo rápido da máquina). As principais repercussões sobre a vida e a saúde foram: manifestações visuais; afecções musculares; fadiga; irritabilidade, perturbações do sono e o trabalho como fator de interferência na vida pessoal e familiar. Entre os fatores intervenientes, a satisfação com o trabalho revelou-se como fator protetor, reduzindo a freqüência de repercussões sobre a saúde e a vida dos analistas de sistemas, assim como o lazer, o suporte familiar e o apoio de colegas e chefes.