Capacitações dinâmicas para competir no modelo fast-fashion: estudo comparativo entre as indústrias de confecção portuguesas e brasileiras (catarinenses).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Karine Liotino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-07032023-104137/
Resumo: A evolução dos mercados contemporâneos revela o aumento do desejo por novidades e pela aceleração do consumo. Como resposta, nos anos de 1970 emergiu na indústria da moda europeia o fast-fashion (moda rápida) um modelo de negócios com alta volatilidade e baixa previsibilidade, que se baseia no consumo acelerado, ciclo de vida de produtos curtos e demanda que os padrões de produção, consumo e descarte sejam muito rápidos. Como consequência das (1) estratégias coletivas de produção e fornecimento seguidas por redes internacionais de varejo; (2) de acordos comerciais multilaterais e bilaterais; e de (3) investimentos ocidentais, a arquitetura e a dinâmica de produção e comercio da indústria têxtil e vestuário global se transformou, impactando a competitividade das indústrias tanto dos países desenvolvidos, como em desenvolvimento. Depois de uma perda expressiva de competitividade e de deslocamento de uma quantidade significativa da produção para os países da Ásia, em especial a China, em meados dos anos 2000 as empresas dos países desenvolvidos passaram a orientar cada vez mais suas produções na direção dos elos com maior valor agregado da cadeia, como design e organização da produção, e passaram a competir pela diferenciação de produtos e pela conquista de nichos específicos de mercado. Por possuir um dos principais polos de produção têxtil e vestuário da Europa, Portugal liderou junto com a Espanha esse movimento, e as empresas do país precisaram investir em uma série de competências a fim de se tornarem competitivas neste novo cenário. A partir de uma pesquisa exploratória realizada na sede da Zara na Espanha e com empresas localizadas no cluster no norte de Portugal, identificou-se que essa série de competências desenvolvidas fizeram das empresa portuguesas benchmark quando se trata de desenvolvimento de produto rápido, produção rápida, fornecimento rápido, com qualidade, inovação e sustentabilidade. Por outro lado, o fast-fashion no Brasil é um fenômeno muito recente, que iniciou em meados dos anos 2000 e vem de fato sendo praticado há cerca de 5 anos por empresas do grande varejo especializado em moda, o que possibilita às indústrias ainda encontrarem um mercado novo, que vem evoluindo e se transformando, demandando a necessidade das empresas se prepararem para serem competitivas nesta nova realidade da moda brasileira. Esta pesquisa, portanto, visou investigar quais são as capacitações dinâmicas que as empresas brasileiras fornecedoras do grande varejo de moda fast-fashion, precisam desenvolver para serem competitivas na cadeia global de valor do fast-fashion, a partir do estudo comparativo entre empresas dos clusters do norte de Portugal e do norte de Santa Catarina/Brasil, sendo estas últimas fornecedoras diretas de uma das principais marcas de varejo de moda brasileira. Como principais resultados, foi identificado que as empresas brasileiras para serem competitivas como fornecedoras diretas de marcas de varejo que atuam no modelo fast-fashion precisam: dominar as capacidades operacionais de gestão da qualidade e gestão de operações de modo a apresentarem respostas rápidas às demandas do cliente e um lead time curto de produção e entrega, ao mesmo tempo que consigam produzir com alta eficiência produtiva e cistos baixos, para se manterem competitivas em termos de preços. Também precisam desenvolver e visar dominar nos próximos anos capacitações dinâmicas relacionadas à desenvolvimento de produtos; gestão e integração da cadeia de valor, gestão para a sustentabilidade e inovação, de modo a estimular o fluxo de fornecimento e a fidelização do cliente por meio de uma oferta integrada de serviços e valor.