Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Padilha, Fernanda Yasmin Odila Maestri Miguel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-30082021-115113/
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Resumo: |
Introdução: Doenças crônicas e metabólicas podem atuar como fator de aceleração em alterações do sistema auditivo. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a doença crônica não-transmissível mais frequente na população e o principal fator de risco para complicações cardiovasculares. Alguns estudos sugerem que indivíduos com HAS possuem um maior comprometimento auditivo comparados com indivíduos que não possuem essa doença. Entretanto, os estudos referentes a associação entre HAS e perda auditiva ainda são controversos, sendo que grande parte deles são estudos transversais, o que limita possíveis conclusões sobre a real influência da doença sobre a audição. Sendo assim, novos estudos sobre essa temática são necessários, principalmente os longitudinais, a fim de esclarecer o efeito da HAS sobre o sistema auditivo. Objetivos: O objetivo geral deste estudo foi investigar os efeitos da HAS sobre a audição de adultos acompanhados em um período de 3 a 4 anos. Como objetivos específicos, têm-se: comparar a incidência de perda auditiva (e de zumbido) entre adultos com e sem hipertensão; investigar se existe associação entre perda auditiva (ou zumbido) e hipertensão. Métodos: Estudo longitudinal observacional, que faz parte do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A coleta foi realizada por meio de banco de dados. Foram levantadas informações, referentes a primeira e segunda ondas, a respeito da avaliação audiológica e informações sobre a saúde em geral. Os desfechos foram: a) presença de perda auditiva (limiares auditivos acima de 25 dBNA nas frequências de 500 Hz a 8 kHz); b) presença de zumbido. Foi considerada como variável de exposição a existência de HAS (relato de uso de medicamentos para tratar hipertensão; e/ou pressão arterial sistólica >= 140 mmHg; ou pressão arterial diastólica >= 90 mmHg). Como covariáveis para ajuste, foram consideradas: sexo, idade, escolaridade, raça/etnia, renda, tabagismo, diabetes e exposição a ruído. Para o estudo da incidência de perda auditiva, foram considerados, na primeira onda, 676 indivíduos, que não apresentavam perda auditiva; já para a incidência de zumbido, destes, 427 não possuíam zumbido. Utilizou-se a análise de regressão logística, estimando-se os riscos relativos (RR) brutos e ajustados, com intervalos de confiança de 95%, para avaliar os fatores associados com a perda auditiva ou com o zumbido, e nível de significância de 5%. Resultados: A incidência de perda auditiva para ambas as orelhas foi de 6,7% para todos os indivíduos. A incidência de perda auditiva foi maior para os indivíduos com hipertensão. O RR para perda auditiva foi de quase o dobro para os indivíduos com hipertensão na orelha direita, com diferença significante; para orelha esquerda e ambas as orelhas, não houve diferença entre indivíduos com e sem hipertensão. A incidência de zumbido para todos os indivíduos foi de 18,16%; na comparação do RR entre indivíduos com e sem hipertensão, não houve diferença. Nas análises ajustadas pelas covariáveis, o RR não se mostrou significante para perda auditiva ou para zumbido, quando foi avaliada a variável HAS. A única variável que mostrou associação estatisticamente significante com a perda auditiva foi a idade (ter 60 anos ou mais), indicando que indivíduos mais velhos têm RR mais alto para perda auditiva. Conclusão: Os resultados mostraram maior incidência de perda auditiva em indivíduos com HAS. No entanto, após os ajustes pelas covariáveis, não foram observadas diferenças significativas entra HAS e perda auditiva. O fator idade mostrou associação significativa com a perda auditiva, na análise ajustada. Já para o zumbido, a incidência foi semelhante entre indivíduos com e sem HAS, não havendo associação significante para nenhuma das variáveis estudadas |